Nem sempre eu tive uma relação fácil com a minha menstruação. Somente quando eu entendi como funcionava o meu corpo e aprendi a conhece-lo é que a relação foi melhorando. Essa intimidade no entanto, não evitou que eu escapasse da TPM, período em que muitas vezes tive vontade de esganar o primeiro que passasse na minha frente. Mas, segundo pesquisa da Unicamp, a Tensão Pré-Menstrual atinge oito em cada dez mulheres. (Foto Botero. Google)
http://www.youtube.com/watch?v=oQY-7pAbByk&feature=related
Hoje essa síndrome que acomete as mulheres em maior ou menor grau, no período que antecede a menstruação já é considerado um problema de saúde pública. A pesquisa realizada em julho de 2008 pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostra que 80% das 1053 entrevistadas tem ou já tiveram TPM. Os sintomas são nossos velhos conhecidos: inchaço, dor nas mamas, hipersensibilidade emocional e irritabilidade, muita irritabilidade. E tudo isso tem a ver com os hormônios. O nível de progesterona diminui no final do ciclo menstrual e provoca muitas dessas sensações.
Ainda segundo a pesquisa da Unicamp:
- 84,1% dos homens afirmam conhecer uma mulher com TPM;
- 78,9% das mulheres acreditam que o parceiro consegue perceber quando ela está na TPM;
- 54,6% das mulheres notam os estragos da TPM nos relacionamentos familiares;
- 46,5% das mulheres percebem o impacto da TPM no trabalho.
A revista BoaForma traz algumas dicas sobre a Tensão Pré-Menstrual, com base nos dados da pesquisa da Unicamp:
Para atenuar os sintomas da TPM e escapar dos incômodos desse período ajuda ter uma boa alimentação, beber muita água e fazer alguns exercícios. Tudo indicação da minha ginecologista. Nem sempre obedeci, mas que funciona, funciona. Diminuir a quantidade de sal, a ingesta de alimentos gordurosos, alcool, refri e cafeína. E a semente da linhaça ajuda a reduzir as cólicas e a alteração do humor.
Durante mais de 30 anos tive uma menstruação bem regular, o que inclusive me possibilitou fazer a contracepção com o método da tabela e uso de preservativo. Fiquei grávida 4 vezes. Tive dois filhos e dois abortos. Aprendi a conhecer o meu corpo, a lidar com ele da melhor forma possível, graças ao feminismo. Fiz oficina de auto-exame nos anos oitenta, com grupos de mulheres que também queriam saber mais sobre o seu próprio corpo. Tocar o colo do útero e sentir a textura da minha vagina. Entender como acontecia o meu ciclo menstrual. Aprender a reconhecer quando eu estava ovulando. Ser íntima de mim mesma. Foi com o feminismo que aprendi.
Esse tal climatério. Quando completei 45 anos comecei a perceber algumas mudanças e alterações significativas em meu ciclo menstrual, que antes era de 28 dias. Mas também em meu corpo. Ganho de peso. Diminuição do fluxo. Diminuição dos dias menstruada. O cabelo mais ralo.
Não entendia bem e de certa forma, me recusava a enxergar que eu estava sim entrando no climatério - transição do período reprodutivo para o não-reprodutivo. Eu estava envelhecendo e era difícil aceitar essa nova realidade. Depois entendi que todas as mulheres passam pelo climatério e o que varia é a intensidade dos sintomas em cada uma delas. Os calores. A angústia. Uma sensação de vazio que acomete o peito. Uma vontade de chorar sem ter um único motivo que justifique a tristeza. Foi daí que surgiu a ideia do blog. Falar sobre esse período que é tão desconhecido para a maioria das mulheres. Fazer a discussão sobre o climatério e a menopausa com o meu olhar feminista, com a minha praxis feminista.
E, como diz Arnaldo Antunes, "A coisa mais moderna que existe é envelhecer."
http://www.youtube.com/watch?v=pp-EkY98Xe4&feature=relatedBrancos. Por que não? Os cabelos brancos ainda são uma preocupação de muitas mulheres. Na foto ao lado, a atriz Cássia Kiss (51), a cantora Emylou Harris (62) e a escritora Anne Kreamer (53) exibem os seus cabelos grisalhos.
A ditadura da beleza - que exige um determinado padrão - associou durante muito tempo, os cabelos grisalhos a um certo desleixo das mulheres. Mas ainda bem que isso está mudando e muitas mulheres tem lidado de forma mais tranqüila com
os seus cabelos brancos. Não há como fugir, pois mais cedo ou mais tarde os cabelos brancos aparecem, exatamente quando a raiz do cabelo deixa de produzir melanina. (Fotos divulgação/Rede Globo, Deborah Feingold e divulgação) (Google)
http://veja.abril.com.br/141009/elas-nao-passam-em-branco-p-128.shtml
E a Menopausa?
A menopausa também acontece com todas as mulheres do mundo, depois do momento em que o corpo ultrapassa essa revolução chamada climatério. Que mexe com tudo.
Ainda não estou na menopausa, porque enquanto houver menstruação o período é definido como climatério. Mas eu já decidi que quero atravessar todas essas fases da melhor forma possível. E estou me cuidando para que assim seja.
Esse post é parte da blogagem coletiva sobre a Segunda Vermelha. Campanha pela valorização da menstruação. Hoje vários blogs feministas vão falar sobre o assunto.
Esse post é parte da blogagem coletiva sobre a Segunda Vermelha. Campanha pela valorização da menstruação. Hoje vários blogs feministas vão falar sobre o assunto.
Para encerrar esse post, deixo um trecho do documentário da GNT "Mulheres Sem Pausa". Excelente.
http://gnt.globo.com/gntdoc/Noticias/Menopausa-e-tema-de-documentario-inedito-no--GNT-Doc-.shtml
Ai, quanta informação boa, gratíssima...
ResponderExcluirAos 40 penso muito nesse tal de climaterio... me preparo em todas as esferas... o livro o Legado da Deusa me ilumina bastante =)
ResponderExcluirAdoro esse espaço!
ResponderExcluirMuito bom o texto.
Abraços
Suely, que lindo!
ResponderExcluirNão conhecia ainda esse espaço. Parabéns !
Cada vez mais te admiro pela a tua capacidade de nos supreender com tanta coisa boa.
Que Deus continue te iluminando .
Um abraço
Jaci Lima
Amo esse espaço, por ser um veículo de boas informações.
ResponderExcluirParabéns!
Gal Santos
Esse espaço so tem sentido pela possibilidade de troca com quem o lê. Por isso, tenho muito a agradecer a vocês. Beijos.
ResponderExcluirMuito bom Sue!
ResponderExcluirVisitar o blog, ler o texto e acompanhar a busca nos aproxima como humanas e mulheres que somos a partir de uma linha muito tênue,muito bem explorada por vc, entre a intimidade e a ciência.
Obrigada pela generosa oferta!
bj
Di