segunda-feira, 31 de maio de 2010

Comer uma azeitona e digerir uma melancia

Foto: Google

Muita gente diz que é mais fácil ganhar do que perder peso depois de uma certa idade e é verdade. Quando se é jovem, a facilidade para queimar o que se come é mais rápida, mas com o passar dos anos, o metabolismo vai ficando 'preguiçoso' e queima muito lentamente.

A queda da taxa metabólica acontece com mulheres e homens com o envelhecimento.
Isso quer dizer que o corpo gasta menos energia para se manter funcionando após os 40 anos.

Até nessa fase uma desvantagem de gênero: as mulheres, por natureza, tem menos massa magra (músculos, ossos e vísceras - que queimam muita energia) e mais tecido adiposo.

O hormônio estrogênio estimula o acúmulo de gordura nos quadris feminino e daí com o passar dos anos, nós mulheres vamos adquirindo um "formato de ampulheta".

Depois dos 45 anos, com a diminuição dos níveis de estrogênio, cresce a proporção da testosterona no corpo feminino. Resultado: surgimento da gordura abdominal.

Imagine o resultado: ampulheta+barriga.
Um horror! Não somente do ponto de vista estético, ainda por cima tem os riscos de doenças cardíacas.

Tudo o que se come nessa fase significa ganho de peso. Exagero? Pode ser.
Mas, por via das dúvidas sigo com as caminhadas.
Com a sensação de que vou comendo azeitonas e digerindo melancias...
Um abraço!

sábado, 29 de maio de 2010

Sexualidade das mulheres no climatério

Do que tenho lido sobre este assunto - sexualidade das mulheres no climatério e na menopausa, chama a atenção como esse é o capítulo mais difícil de falar. Claro. Nenhuma mulher quer falar sobre a sua intimidade sexual, principalmente para contabilizar fracassos e insucessos, baixa libido e coisas do tipo.

Numa cultura que valoriza a performance sexual é mesmo difícil falar sobre a falta de tesão.

Todos os artigos que li falam que "a capacidade de viver a sexualidade não se esgota com a idade", mas "quando comparada com uma mulher na idade reprodutiva, a mulher climatérica tem menos pensamentos e fantasias sexuais e menor lubrificação durante o ato sexual."

Tem sido uma experiência fantástica conversar com as mulheres sobre o climatério e as implicações sexuais nesse período de nossas vidas.

Secura vaginal. Falta de tesão. Nada de nadica de vontade de transar. São queixas mais que frequentes das mulheres que estão no climatério.

Mas é importante dizer que muitas mulheres estão casadas há anos com o mesmo marido, com o mesmo homem, atravessando crises no casamento e, muitas vezes quando o climatério chega é também num desses momentos de crise. Isso também acontece em casamentos entre mulheres, onde muitas vezes as duas vivenciam juntas o momento do climatério.

Portanto, é importante que 'saquemos' de nossas costas, a exclusividade da falta de tesão. Os homens em geral são pouco criativos, pouco tolerantes e impacientes. Certamente há uma grande possibilidade de maior entendimento num casamento lésbico.

Aguardem uma conversa mais íntima sobre essa temática em breve. Um abraço.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Conversar com as amigas



Ouvir as amigas. Falar para elas e com elas. São muitos os assuntos e a menopausa é um dos tantos que nos une.

Os sintomas, os medos, as inseguranças. As perguntas. As dúvidas. Esse é um tema que por mais que sejam próximos eles não sabem do que se trata. Assim como sabemos sobre a andropausa somente na teoria.

Sigamos!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Vivir despeinada...

Mafalda

Hoy he aprendido que hay que dejar que la vida te despeine, por eso he decidido disfrutar la vida con mayor intensidad… El mundo está loco. Definitivamente loco…

Lo rico, engorda.
Lo lindo sale caro.
El sol que ilumina tu rostro arruga.
Y lo realmente bueno de esta vida, despeina…
- Hacer el amor, despeina.
- Reírte a carcajadas, despeina.
- Viajar, volar, correr, meterte en el mar, despeina.
- Quitarte la ropa, despeina.
- Besar a la persona que amas, despeina.
- Jugar, despeina.
- Cantar hasta que te quedes sin aire, despeina.
- Bailar hasta que dudes si fue buena idea ponerte tacones altos esa noche, te deja el pelo irreconocible…

Así que como siempre cada vez que nos veamos yo voy a estar con el cabello despeinado…
Sin embargo, no tengas duda de que estaré pasando por el momento más feliz de mi vida.
Es ley de vida: siempre va a estar más despeinada la mujer que elija ir en el primer carrito de la montaña rusa, que la que elija no subirse.
Puede ser que me sienta tentada a ser una mujer impecable, peinada y planchadita por dentro y por fuera.
El aviso clasificado de este mundo exige buena presencia:
Péinate, ponte, sácate, cómprate, corre, adelgaza, come sano, camina derechita, ponte seria…

Y quizá debería seguir las instrucciones pero ¿cuando me van a dar la orden de ser feliz?
Acaso no se dan cuenta que para lucir linda, me debo de sentir linda…
¡La persona más linda que puedo ser!
Lo único que realmente importa es que al mirarme al espejo, vea a la mujer que debo ser.
Por eso mi recomendación a todas las mujeres y porque no hombres....

Entrégate, Come rico, Besa, Abraza, Haz el amor, Baila, Enamórate, Relájate, Viaja, Salta, Acuéstate tarde, Levántate temprano, Corre, Vuela, Canta, Ponte linda, Ponte cómoda, Admira el paisaje, Disfruta, y sobre todo...

deja que la vida te despeine!!!
Lo peor que puede pasarte es que, sonriendo frente al espejo, te tengas que volver a peinar

terça-feira, 25 de maio de 2010

La real Frida Kahlo

A Idade e a Mudança - texto de Lia Luft

Mês passado participei de um evento sobre a Mulher.
Era um bate-papo com uma platéia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades.
E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.
Foi um momento inesquecível...
A platéia inteira fez um 'oooohh' de descrédito.
Aí fiquei pensando: 'pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?'
Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'.

Estão todos em busca da reversão do tempo.
Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.
Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada.
A fonte da juventude chama-se "mudança".
De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora.

A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas.
Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos.
Mudança, o que vem a ser tal coisa?
Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho.
Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.

Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos.
Rejuvenesceu.
Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol.
Rejuvenesceu.

Toda mudança cobra um alto preço emocional.
Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza.
Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.

Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.
Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho.
Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.
Olhe-se no espelho...

Lya Luft

Tomei emprestado o belo artigo de Lya Luft para ilustrar esse sentimento de mudança que o climatério provoca em minha vida.
Um abraço!

Fogo, foguinho e... fogacho!



Sempre achei que era um exagero, quando ouvia as mulheres se queixando dos calores da menopausa. Minha mãe tinha um amiga que andava com um leque e, de repente, sacava da bolsa aquele pequeno instrumento que parecia operar um verdadeiro milagre. Estou falando daquele calor que toma de assalto as mulheres que estão no climatério e que também é conhecido como fogacho.

Existem vários sintomas associados à menopausa, principalmente devido às alterações no nível do estrógeno. Felizmente a maioria das mulheres não sofre de todos os sintomas. Ainda bem.

São alguns sintomas relatados: Ansiedade, alterações na pele e cabelo, depressão, dificuldade para dormir, ressecamento na vagina, fogachos e suores noturnos, menstruações irregulares, dores articulares e musculares, falta de desejo sexual, entre outros.

Comigo tem sido assim: a minha homeopata recomendou alimentos para tonificar a energia vital e para aliviar os sintomas da menopausa. Que como vimos acima, são muito mais que o calorão.

Os alimentos são: bardana, castanhas, nozes, gergelim, germe de trigo, queijo fresco, morango, laranja, lima-da-pérsia, uva, pêra, suco de abacaxi com hortelã, salmão, atum fresco, sardinha, trigo integral, arroz integral, arroz selvagem, milho, aveia, centeio, tofu, missô, azeite extra-virgem,semente de girassol, semente de abóbora, iogurte, coalhada, inhame, cenoura, batata-baroa.

Fora isso, como diariamente sementes de linhaça, que bato no liquidificador com alguma fruta e tomo no meu café da manhã. Também tomo pílulas de soja.

E caminho. Faço longas caminhadas.

Se você me perguntar se tudo isso resolve eu direi, em parte.
Ainda me acordo no meio da noite com a sensação de aperto no peito.
De vez em quando vem o calorão insuportável e às vezes aparece uma tristeza que vem não-sei-de-onde... Certamente de lugar nenhum.

Mas o melhor de tudo é que tenho procurado viver da melhor forma esse momento da minha vida que como todos os outros são passageiros.

Escrever o blog é compartilhar essa experiência, mesmo sabendo que isso expõe as minhas dores e feridas. Um abraço!

domingo, 23 de maio de 2010

Cuidar da alimentação, praticar exercícios físicos e olho nas taxas...

Nessa fase da vida a facilidade para ganhar peso é enorme, mas perder peso é a maior dificuldade. Comer um chocolate é quase um sacrilégio. A sensação de culpa me persegue o dia inteiro. Parece exagero. Mas é nessa fase que as gorduras se acumulam e a possibilidade de entupimento das artérias coronárias (aterosclerose) é muito grande. É a aterosclerose que provoca um estreitamento nas artérias, devido ao depósito de gorduras como o colesterol.

A barriga, gordura que se acumula na região do abdômen prejudica a saúde, causa doenças que podem afetar o coração, como hipertensão, aterosclerose e diabetes. Foi o que disse o meu cardiologista, dia desses.

Aí, minha cara, não tem pra onde fugir. É fundamental cuidar da alimentação. Prestar bem atenção no que colocamos pra dentro. Claro que isso é legal em qualquer fase da vida, mas no climatério é um sinal amarelo o tempo todo.
Embutidos? Melhor evitar. Gordura trans? Nem pensar.

Por isso, é preciso evitar açúcar, gordura e vida sendentária. Mexer o corpo. Caminhar, dançar, nadar. São boas pedidas. Mas podemos usar a criatividade e aumentar essa lista.

Mas tudo isso, só tem sentido se for com prazer.
Se tiver sendo bom. Não pode ser só sacrifício.

Afinal de contas, essa é uma fase da vida que eu quero viver da melhor forma. Curtindo a minha neta. Reservando um espaço para o amor. Para o lazer. Para as minhas paixões.
A maturidade nos ensina que viver é bom demais. Bom domingo!

sábado, 22 de maio de 2010

Modigliani

Nú feminino, obra de Modigliani
     Nu Feminino - 1917

Amedeo Modigliani foi um artista plástico de origem italiana que viveu no começo do século XX. Nasceu no dia 12 de julho de 1884 na cidade de Livorno na Itália. O estilo criado por Modigliani é facilmente reconhecido: figuras femininas, delgadas e de olhos vazios.

img.jpg
Grand Nu Allonge - Retrato de Celine Howard

O filme biográfico Modigliani - Paixão pela vida mostra a vida intensa e criativa do artista plástico Amedeo Modigliani (2004, EUA. Direção Mick Davis), interpretado por Andy Garcia. 
Modigliani viveu a maior parte de sua vida na França, em Paris no início do século XX. O filme mostra o último de sua vida, permeado pelas lembranças e pelos fantasmas de sua infância e vida marcada pela pobreza. Angustiado, irônico e apaixonado pela vida. Vale a pena ver o filme. 

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Reposição hormonal - Fazer ou não fazer: eis a questão

A reposição hormonal talvez seja um dos temas mais polêmicos em relação ao climatério e à menopausa.
Especialistas insistem em amenizar os sintomas físicos ou psicológicos desse período da vida de uma mulher, com intervenção medicamentosa.
A principal opção oferecida ainda é a terapia de reposição hormonal. Controversa. Experimental. Com muitos questionamentos. Críticas. Dúvidas.
Mesmo assim, é importante iniciarmos uma conversa que envolva esse tema - a Terapia Hormonal.

A Terapia Hormonal (TH) é o tratamento indicado por muitos e muitas profissionais para amenizar os sintomas da menopausa. Consiste na reposição do hormônio estrógeno que os ovários deixaram de fabricar. De acordo com especialistas, a sua ausência é responsável por todos os sintomas e consequências da menopausa.

Penso que o melhor nessas horas de dúvida e angústia é conversar com a médica ou o médico da gente. Aquele profissional - mulher ou homem - que a gente deposita a total confiança. Fazer as perguntas, tirar as dúvidas, sem medo de se expor, de falar sobre as inquietações desse momento.

E, claro, com a certeza que esse é só mais um episódio de nossas vidas. Muitos capítulos virão!

Simone de Beauvoir em 1949 disse: "Ninguém nasce mulher. Torna-se mulher."
Com essa frase revolucionou toda uma época, várias gerações e segue completamente atual.

O livro "O Segundo Sexo", volume I e II, publicado em 1949 chega ao Brasil em 1960.
Como mostra o vídeo da Globo News (abaixo), o pensamento de Simone traz uma grande reflexão sobre as diferenças biológicas e os ensinamentos perversos em torno do 'ser mulher'.


A partir dos acontecimentos de maio de 1968 na França, com repercussões no mundo inteiro, passeatas feministas se realizam em vários países: Itália, Estados Unidos, Alemanha e Canadá, com reivindicações no plano sexual, da liberdade, dos direitos e contra a opressão do sexo masculino.

Simone de Beauvoir tinha então, sessenta anos, quando começou a participar como ativista dos movimentos feministas. Pode-se dizer, em pleno climatério.

Como se pode ver, "esse tal climatério" também nos mostra que estamos vivas e ainda podemos fazer muito para mudar o mundo.

Viva Simone de Beauvoir!

[Arquivo N] Simone de Beauvoir [Parte 3 de 3]

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Biologia não é destino

Simone de Beauvoir (Foto: Google)

Simone de Beauvoir uma feminista que nasceu na França, no dia 09 de janeiro de 1908, esteve sempre à frente de seu tempo. E também do nosso. Escreveu coisas fantásticas como: "A maternidade é uma escolha e não a única forma da mulher se realizar."

Já falava em 1949 sobre a necessidade de transformação da condição feminina. Disse, numa época inimaginável que 'biologia não é destino' e que 'ninguém nasce mulher, torna-se mulher'.

Pois é. Simone publicou o Segundo Sexo aos 41 anos de idade. Vejamos. O climatério pode se estender dos 38 aos 65 anos dependendo da mulher. 

É exatamente quando começa esse período de mudanças, de crise e de transformação que Simone explode em sua criação, publicizando a sua produção feminista e grande contribuição às mulheres.

No blog vou postar a partir de hoje, três vídeos do especial da Globo News sobre Simone de Beauvoir, exibidos em 2009.
Vale a pena assistir. Beijos!

[Arquivo N] Simone de Beauvoir [Parte 1 de 3]

sábado, 15 de maio de 2010

Sexo, suor e climatério...

O climatério inclui a menopausa que é na verdade, o final dessa temporada. É o fim, o fim mesmo da menstruação. É quando se comemora o primeiro aniversário, mas na nossa sociedade quase ninguém fala que está no climatério.
Popularmente, fala-se 'estou na menopausa'.

Muitos são os mitos que envolvem essa fase da vida de uma mulher e, me pergunto, até que ponto podemos fazer essa diferença entre o que é mito e realidade?
Há controvérsias, questões inconclusas, estudos sendo feitos... enquanto isso, vamos trocando ideias e esperiências.

De tudo o que tenho lido e conversado com a minha ginecologista, as minhas amigas, outras feministas, o que mais me chama a atenção são os sintomas e os mitos ligados à sexualidade. As ondas de calor, a falta de desejo sexual - a libido que some! - o ressecamento vaginal, a ausência de orgasmo. Enfim, as alterações hormonais que provocam mudanças nos órgãos sexuais. Parece que se estabelece aí um vácuo sexual. Será mesmo?

A falta de hormônios femininos a longo prazo deve mesmo levar a várias alterações no corpo das mulheres. A osteoporose também aparece com mais frequência nesse período.

A diminuição do tamanho das mamas e perda de sua firmeza parece uma regra. Ou pelo menos, aparece mesmo com muita frequência. A perda de elasticidade da pele, principalmente da face e do pescoço são queixas muito recorrentes. E visíveis.

Aumentam as gorduras que circulam no sangue e que se depositam na parede das artérias, o que aumenta o risco de doenças cardiovasculares como hipertensão e infartos.

Mas o que eu achei mais legal foi saber que tudo isso pode também estar associado a outros fatores. Às vezes a relação conjugal está ruim mesmo e o casamento anda meio caído, como ter tesão nessas horas? Como ter vontade de transar ou ter orgasmo?
Crises financeiras, falta de grana ou mesmo a perda do emprego pode levar uma pessoa a longos períodos de inapetência sexual.

Por isso, antes de se culpar ou atribuir qualquer insucesso sexual ao climatério, melhor ir com calma, melhor observar bem e, claro, conversar com uma especialista para entender o que realmente se passa com o seu organismo.

E você, o que tem a nos dizer sobre isso?

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Olá, mulheres.

Hoje li todos os comentários que foram postados nesses recém-criados dias do blog Esse tal de climatério. São palavras que me passam muita confiança, que me parabenizam pela ideia e iniciativa e, ao mesmo tempo já vão fazendo sugestões. O que é ótimo e vou tentando atender na medida do possível. Por exemplo, já incluí uma breve - brevíssima - discussão sobre sintomas. Mas descrevi apenas alguns dos sintomas que me acometeram desde 2007, os primeiros que percebi, como o fogacho, aquele calorão que me tomava (e ainda acontece!) de repente e a tristeza inexplicável. Mas foram apenas comentários que fiz. Hoje li uma matéria intitulada "Climatério: Uma transformação feminina" que quero repercutir aqui e ouvir a opinião de feministas que atuam na área e que possam opinar sobre isso. Estou falando de reposição hormonal, de alimentação alternativa, exercícios e dicas de como viver melhor a menopausa nossa de cada dia.
Nem céu, nem inferno. Quero que possamos em breve discutir se existem meios (quais) e formas de lidar com o climatério de uma forma que não nos faça sofrer, que nos oprima, que nos recrime e nos frustre tanto.
Isso não tem de ser assim, contrariando a canção de Chico Cesar.
Um abraço, queridas.

domingo, 9 de maio de 2010

Feliz Dias das Mães!

Hoje é Dia das Mães, no Brasil. Como estamos falando em climatério e menopausa, provavelmente muitas das mães que aqui conosco dialogam, são a essa altura, também avós. Assim como eu.

Bem, só um pouquinho ainda, em relação à canção de Chico Cesar, agora pensando o climatério e a menopausa. O que não ouso dizer o nome, o que doi quando some, que não sossega e que me desprega de mim.

Era maio do ano de 2007 quando voltei a morar em Recife, depois de quatro anos vivendo em Brasília. O clima das duas cidades são completamente diferentes. Como todo mundo sabe, Brasília é quente e seco. Recife é quente e úmido. E o que isso tem a ver com climatério e menopausa?

As tardes, em Recife me pareciam naquele momento um suplício. Era um calor que me tomava e me deixava completamente molhada, dos pés à cabeça. Era uma agonia. Uma aflição. Eu largava o computador, me jogava no chuveiro frio e só então voltava. Achava que estava "estranhando" o clima. Aí, de repente me dava um calafrio que eu pensava que estava doente. Palpitações. O coração acelerava do nada. Só podia ser uma virose. Além de tudo isso, uma tristeza que não sei de onde vinha e nem porquê!
Não ousava dizer o nome (para mim mesma), mas ali começava o meu climatério.

Procurei ajuda, fui conversar com a minha médica. Descobri então que o climatério é uma fase de transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da vida de uma mulher e que pode se estender aos 65 anos. A menopausa é um marco desta fase, correspondendo ao último período menstrual e só reconhecida passados 12 meses da sua ocorrência. Naquele ano menstruei cinco vezes.

Isso que não sossega que me desprega de mim. Isso tem de ser assim...
Isso que carrego pelas ruas
Isso que me faz contar as luas
Isso que ofusca o sol
Isso que é você e sou sem fim.

A menopausa acontece quando os ovários cessam a produção de estrógenos e a capacidade reprodutiva diminui. Nesse processo, o organismo naturalmente adapta-se aos níveis variáveis dos hormônios e, por isso, acontecem os sintomas circulatórios como ondas de calor e palpitações, sintomas psicológicos, como depressão, ansiedade, irritabilidade e variações de humor e, também os sintomas de atrofia, como secura vaginal e urgência na urinação, o que pode ocorrer em graus variados.

Além desses sintomas, a mulher também pode apresentar ciclos menstruais cada vez mais espaçados, escassos e irregulares.

Segundo a minha médica, a menopausa é um estágio natural da vida, não é uma doença ou disfunção, e desta maneira não necessita automaticamente de nenhum tipo de tratamento. Muitas mulheres passam por ela sem maiores queixas e sem medicamentos. No entanto, quando os efeitos corporais são severos e prejudiciais, pode-se aliviá-los com tratamento medicamentoso.

O início mais frequente da menopausa se dá por volta dos 50 anos, mas algumas mulheres podem entrar na menopausa em idade inferior, especialmente se elas sofreram algum tipo de câncer ou alguma doença grave em que foi submetida à quimioterapia.

O fato de ter tido câncer na tireoide e de tê-la removido desde 1998 pode ter apressado em mim, os sintomas que descrevi acima, como a tristeza inexplicável, as palpitações e os calores, também conhecidos como "fogacho", que quer dizer, chama súbita, labareda. Ofusca o sol, como diria a canção...

A menopausa prematura (ou falência prematura dos ovários) é aquela que ocorre em idade inferior a 40 anos, e tem sua incidência em cerca de 1 por cento das mulheres. Outras causas de menopausa prematura incluem doença auto-imune, doenças na tireóide e diabetes.

Bem, por enquanto é isso. Um abraço.

sábado, 8 de maio de 2010

Isso...

Isso (Chico Cesar)
Isso que não ouso dizer o nome
Isso que doi quando você some
Isso que brilha quando você chega
Isso que não sossega que me desprega de mim
Uuuu... iê.
Isso tem de ser assim..
Isso que carrego pelas ruas
Isso que me faz contar as luas
Isso que ofusca o sol
Isso que é você e sou sem fim
Uuuuu.... iê.

Bem, essa é a letra da música Isso, de Chico Cesar, mas pode representar muito bem a nossa aflição com a menstruação e, (pasme!) com o climatério! Sim, porque são temas interligados e, apesar deste blog ter sido criado para conversar sobre climatério e menopausa, a menstruação é o período que antecede a menopausa.

Meu Deus! Talvez isso apareça como uma aberração, pois a menstruação é o período fértil, a vida reprodutiva, que é valorizada, encantada e decantada em nossa sociedade! Gerar. Parir. Criar.

E aí, ca estou a falar do climatério como uma (simples) transição entre a menstruação e a menopausa! O climatério é, em linguagem simplificada, o período de transição até chegar ao fim da menstruação. Enquanto menstruarmos, por mais irregularidades - que é o meu caso - estamos no climatério.

Bem voltemos à letra da música de Chico.
Vamos por parte, então. Menstruação:

Não ouso dizer o nome. Porque sangue e menstruação ainda são tabus em nossa sociedade. É sujo, é feio, incomoda. Não é exatamente o assunto que queremos conversar, discutir numa mesa de bar. O máximo é comentar, cochichando, muito discretamente com a amiga do lado, sobre uma cólica, a solicitação de algum analgésico, o sangramento abundante, a chegada inesperada, o tímido pedido de algum absorvente para a emergência ali posta. Tudo na maior discrição. Ninguém na mesa precisa saber do que se trata.

A publicidade se encarrega de mostrar branco, branco e muitos brancos para vender absorvente. Higiene. Limpeza. O pavor que circunda à menor possibilidade de 'mancha vermelha' - não, não é nenhuma dessas tantas torcidas de time de futebol! - é tão violento na vida das mulheres que recentemente vi mostrada em um comercial (de absorvente) a caricatura de como patrulhamos a nós mesmas nas noites em que estamos menstruadas, para não deixar vazar no lençol, no colchão nenhuma mancha de sangue! Seria cômico se não fosse trágico, pois isso significa anos de sono mal dormidos e uma auto-repressão enorme em relação aos nossos fluidos.

Isso que doi quando você some... segue a canção.
É uma relação de amor e ódio que se estende pelo resto da vida. Sofremos, choramos, esperamos. Convivemos melhor (ou pior) com ela - a menstruação - conforme alguns valores, na minha opinião, vão sendo incorporados em nossas vidas. E, nesse sentido, como digo na página de boas-vindas, o feminismo foi e é para mim, fundamental.

Quando você some, menstruação querida, é o desespero! Porque significa possibilidade de gravidez ou... problemas! Nessa sociedade machista, androcêntrica, onde os homens na maioria das vezes não compartilham da contracepção, engravidar pode ser um suplício e não uma escolha. Claro! Por isso, o eterno dilema, estar ou não estar... menstruada!

Isso tem de ser assim, segue dizendo a canção. É como se fosse um Karma, um destino que temos a cumprir. Dores, sofrimento, tensão, espera. Solidão. Não tem como fugir desse destino. Mas, nós feministas estamos sempre nos rebelando e aí vieram as tantas oficinas sobre auto-exame, colo do útero, prazeres, distensões e novos significados da menstruação.

Isso que carrego pelas ruas, isso que me faz contar as luas. É o ciclo menstrual! O mênstruo que "carregamos" pelas ruas, escondendo de tudo e de tod@s para que ninguém, NINGUÉM! saiba que estamos menstruadas (lembram dos comerciais? Esconda o máximo que puderes!).
Dizem que nos idos anos antigos, as mulheres contavam as luas para planejar os seus ciclos. Cheia. Minguante. Crescente. Nova.

Isso que ofusca o sol...
Praia. Biquini. Tampão. Cuidados, outra vez!! Nada de vazar um milímetro e se acontece é hora de voltar para casa, com a canga escondendo tudo, tudinho!

E o climatério? Onde entra nessa música! Juro que mais tarde com essa mesma letra mostro como ela se aplica toda, todinha ao climatério e à menopausa. Bom sábado!!!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Boas vindas


Olá a todas e todos!
Durante muito tempo ouvi das mulheres que a menstruação é um problema antes, durante e depois.

Antes, porque a TPM enlouquece as mulheres, provoca uma oscilação de humor que as deixa malucas, que as torna violentas, mal-humoradas e chorosas.

Durante, porque no período da menstruação, as mulheres dormem mal, sentindo cólica e com medo que o sangue suje lençol e colchão. Ir à praia é um problema, usar roupa branca é um problema. Sempre o velho medo do "vazamento".

Depois, porque, em seguida, vem a ovulação e o medo de engravidar.

Como feminista, passei a ver o ciclo menstrual de uma forma completamente diferente.
A menstruação adquiriu na minha vida um significado simbólico extremamente importante, da minha condição de mulher, de fêmea e de ser humano. Aprendi que tratar o mênstruo como sujeira ou doença, era uma forma de subjugar as mulheres e reprimr a sexualidade feminina. Mais do que uma simples quebra de tabus em relação à regra, à menstruação, o feminismo me fez ver e despertar a minha condição de sujeito político.
E assim tem sido.

Agora, eis que chega o climatério, que na própria origem (grega) da palavra já diz a que veio: crise ou mudança. Como muitos dizem é mais um período na vida das mulheres ou seja, nas nossas vidas.
Mas o fato é que 'esse mais um período em nossas vidas', é carregado de mudanças, temores, insegurança e tabus. Sem falar no preconceito que permeia toda a questão do climatério e da menopausa.

Por tudo isso, resolvi tornar pública a discussão. Sem medo de me expor, sem preconceito para dialogar com outras mulheres, para trocar experiências, mas principalmente para fazer desse momento mais uma oportunidade de dialogar com o feminismo. É o meu, o seu e o nosso climatério.