Eu nem imaginava o que queria dizer a frase: "Esteja preparada para um mês incomum e agitado", quando li o meu horóscopo de maio numa revista qualquer. De fato, foi mesmo um mês incomum.
Há muito tempo faço um checkup anual pra ver como anda a minha saúde e vou a vários especialistas. É um procedimento que adotei desde os anos 90 e tem sido sempre muito bom. É uma forma de prevenir e diagnosticar doenças. Além da idade, fatores genéticos e uma rotina sedentária, tive câncer de tireoide em 1998 o que me fez acender um sinal de alerta e, de fato, não descuido.
Geralmente o primeiro médico que procuro a cada ano é o cardiologista. E começa com ele a via crúcis para os exames de laboratório, que são sempre poderosíssimos para informar como anda a nossa saúde.
São alguns deles: hemograma, glicemia, colesterol, ácido úrico, triglicerídios e por aí vai.
Segundo o cardiologista Carlos Alberto Pastore em entrevista no blog do Dr. Dráuzio Varela, "Doenças cardiovasculares são responsáveis pela morte de um a cada três adultos". Também nessa entrevista vocês vão ver que a avaliação cardiológica precoce é importantíssima para pessoas com histórico familiar de doenças do coração. É o meu caso.
Faço outros exames na consulta clínica, igualmente importantes e até decisivos. São eles: o eletrocardiograma e o teste ergométrico (TE). Esse último é um teste de esforço, é o eletro que a gente faz enquanto caminha na esteira e ali vai registrando todo o desempenho do coração, avaliando o comportamento da pressão arterial, os sintomas e a aptidão física d@ paciente. Pois foi exatamente fazendo o TE que eu senti um incômodo no peito. Resultado: foi preciso investigar as razões do resultado clínico e da queixa que apresentei durante o tal do exame.
Quando o cardiologista me comunicou que era preciso fazer um cateterismo cardíaco, quase que eu caio da cadeira. Congelei. Voltei no tempo, me senti frágil, pequena, vulnerável...
Não sabia o que fazer naquele momento. Já nem ouvia as explicações do médico sobre o procedimento, sobre o que ia acontecer. Eu só pensava em sair dali correndo.
Depois pensei: "Maio
já está no final
É hora de se mover
prá viver mil vezes mais
Esqueça os meses
esqueça os seus finais".
O fato pessoas queridas é que no mês de maio, encarei um cateterismo que apontou 60% de entupimento de uma artéria do meu coraçãozinho o que me levou a ser submetida a uma angioplastia.
A angioplastia é um procedimento cirúrgico para colocar uma prótese - um stent - que é uma tela bem pequenininha de aço, que vai ajudar a manter a artéria aberta.
Foi fundamental a assistência médica que tive, o carinho e o amor dos meus dois filhotes, dos meus irmãos e das pessoas amigas e muito queridas que estiveram por perto. A tod@s eu agradeço de coração. Sem trocadilhos.
O objetivo desse post é simplesmente contar o que aconteceu comigo, falar sobre a importância da prevenção e agradecer.
De tudo isso, uma lição: É inútil chorar Noites enveredar Ruir por nada assim...
Minha vida é sua Como marinheiro do mar Sofrer, não há porquê!
Desencana meu amor, Tudo seu é muita dor, VIVE!
Deixa o tempo resolver, O que tem que acontecer, LIVRE!
Tanto o que eu sonhei Nos amar à pleno vapor Tanto o que eu quis Fazê-la estrela Da sagração De um ser feliz
Desinflama meu amor, Do seu jeito é muita dor, VIVE!
Deixa o tempo resolver, Se tiver que acontecer, VIVE!
Desencana meu amor, Tudo seu é muita dor, VIVE!
(Vive. Música de Djavan)
É difícil falar sobre envelhecimento. A simples menção à palavra deixa muita gente incomodada.
Essa semana postei uma foto no meu avatar do facebook e dei o título "envelhecer". Gosto da foto. Ela mostra as minhas rugas e o meu cabelo branco. Como vocês viram AQUI e AQUI, tenho investido em envelhecer com tranquilidade e tentando amar as minhas rugas de expressão e dos sinais do tempo.
Nada contra quem anda em busca da eterna juventude, mas não é o meu caso. Não sou uma garota, já faz muito tempo. Vivi a minha adolescência e a minha juventude no seu devido momento. Agora sou uma mulher madura, que na faixa dos cinquenta anos vem tentando conviver harmoniosamente com o processo de envelhecimento. E eu gosto do que vejo.
Recentemente li uma entrevista de Rita Lee na revista Marie Claire, falando entre outras coisas, sobre a velhice e o quanto isso a tem incomodado. A maior roqueira do Brasil assume que mente sobre a idade - de 65 para 67 - para parecer mais conservada. Na entrevista, ao ser questionada sobre de qual tabu feminino ela falaria nos dias de hoje, Rita Lee é enfática: "Do envelhecimento". Ela diz que "Para envelhecer com dignidade a mulher tem que ter muito desapego". Daí ela vai falando sobre como é se sentir mais jovem (minha cabeça está registrada com dezessete anos) e na verdade ter 65 anos.
Lembrei do filme O Retrato de Dorian Gray, baseado no livro homônimo de Oscar Wilde. A história se passa em Londres e Dorian Gray (Ben Barnes) é um jovem bonito que é apresentado à sociedade local por Henry Wotton (Colin Firth). Um artista se propõe a pintar o retrato de Dorian e capturar a sua beleza jovial. Quando vê o quadro, Dorian faz uma promessa que daria tudo, até mesmo sua alma, para permanecer para sempre com aquela imagem retratada no quadro. A partir daí, ele não envelhece mais e tudo que ele faz se transfere para o retrato que vai ficando horrível, pelos sinais do tempo e com as atrocidades que ele comete. Resumindo: Dorian esconde o retrato no sótão, até que um dia ele destroi a pintura, matando a si próprio.
Na revista Criativa, a matéria "O medo de envelhecer", de Danielle Sanches fala sobre a síndrome da age-orexia, que é a "obsessão extrema e pouco saudável por parecer-se jovem, mesmo que você ainda não tenha chegado à casa dos trinta". Ainda na matéria, a autora nos fala que a age-orexia não é uma doença, como a anorexia e a bulimia, por exemplo, mas trata-se de um alerta importante para alertar as mulheres que insistem em lutar contra o envelhecimento. Ela diz que é uma combinação das palavras em inglês, age que significa idade e orexia que é sinônimo de desejo, vontade.
Veja trecho da matéria: Segundo dados da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica Estética, ASAPS, sigla no original em inglês, só em 2007, nos Estados Unidos, foram realizados cerca de 9,6 milhões de procedimentos não-invasivos, ou seja, sem intervenção cirúrgica. As mulheres representam mais de 90% desse número. Do total, 21% ocorreram em mulheres com idade entre 19 e 34 anos; e 2%, ou cerca de 19 mil, em meninas com 18 anos ou menos. Trata-se de um índice 754% maior do que o de uma década atrás. As injeções de toxina botulínica, o Botox, é o campeão dos procedimentos não-invasivos, com mais de 2,7 milhões de aplicações no ano passado.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) não tem dados tão precisos, mas os médicos garantem: a freqüência de mulheres jovens querendo prevenir o envelhecimento aumentou. Em 2004, ano do último levantamento realizado pela SBCP, o procedimento mais realizado foi a lipoaspiração. Mas, confesse, você também tem uma ruguinha de preocupação ao pensar nos sinais que o tempo causa. Segundo a psicanalista Dorli Kamkhagi, coordenadora de grupos do envelhecimento no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo, esse medinho faz parte de uma auto-estima até saudável. “O problema é quando se torna obsessão, impedindo o desenvolvimento pessoal”, diz.
É desse jeito. A pressão social, os padrões, os modelos de beleza que reforçam o mito da eterna juventude. E muitas mulheres - e homens, também - caem na armadilha de preencher todas as rugas com toxina botulímica e ácido hialurônico, muitas vezes perdendo a própria expressão congelada em sorrisos endurecidos por essas substâncias. O sonho da lipoaspiração também às vezes se transforma em pesadelo.
Enquanto isso, a vida segue e como dizia a minha mãe, "Só envelhece quem está vivo".
Ah, e antes que eu esqueça, aí vai a tal foto que falei no começo do post:
Para finalizar, deixo esse poema que é a música Sonhos não envelhecem.
Agência FAPESP – O programa Universidade Aberta à Terceira
Idade da Universidade de São Paulo (USP), que completa 20 anos em 2013,
acaba de lançar o novo catálogo de atividades do primeiro semestre deste
ano. Serão oferecidas 4.319 vagas gratuitas em 322 cursos, entre
disciplinas dos cursos de graduação da USP e atividades complementares
físico-esportivas e didático-culturais, na capital paulista e nos campi
de Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto e São Carlos.
O catálogo, que traz a relação completa dos cursos que serão
oferecidos no semestre, bem como informações sobre o número de vagas e a
existência de pré-requisitos, já está disponível para download em www.prceu.usp.br/portal.php/terceira-idade.
De acordo com a USP, tendo escolhido o curso, é importante que o
idoso siga as informações de data, horário e local de inscrição em que é
oferecida a atividade, uma vez que as vagas são limitadas. Para participar, é preciso ter no mínimo 60 anos e cumprir as
exigências das disciplinas. Os alunos do programa Universidade Aberta à
Terceira Idade têm direito a um comprovante de participação, emitido
pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária. Os primeiros cursos para a terceira idade ocorreram em 1993, após a
Universidade de São Paulo ter aprovado, no ano anterior, a proposta
apresentada pelo Instituto de Psicologia para criação do projeto de
Universidade Aberta à Terceira Idade. Em 20 anos, mais de 100 mil alunos da terceira idade passaram pelo
programa, cujo objetivo é promover conhecimento nas áreas de interesse
dos idosos e, ao mesmo tempo, estimular a troca de saberes entre as
gerações.
Só na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), na zona leste
da capital, onde também é ministrado o curso de graduação em
Gerontologia, serão oferecidos 23 cursos em diferentes áreas, tais como
informática, inglês, teatro e canto coral. Mais informações: usp3idad@usp.br e (11) 3091-9183.