sábado, 2 de outubro de 2010

A Velhice

O climatério e a menopausa são caminhos que levam a velhice, por isso também vez por outra volta a nossa pauta.
O Brasil aos poucos entra na lista de países cuja população tem sido considerada longeva, ou seja, simplificando, vive mais, morre mais tarde.

Mesmo assim, ser velho ou velha ainda é muito difícil nesse país. A minha mãe dizia que envelhecer é a pior coisa do mundo. Ela tinha inúmeros 'causos' para contar sobre as suas vivências de discriminação na Terceira Idade.

Num mundo em que o descartável é valorizado - precisamos nos livrar do que é velho e comprar coisas novas, todo tempo - o que é velho não serve, precisa ser descartado, trocado. Portanto, o que fazer com os velhos?

Para Mário Quintana, a "velhice é quando um dia as moças começam a nos tratar com respeito e os rapazes sem respeito nenhum".

Li um artigo de Débora Diniz* sobre a velhice, onde ela comenta a frase de Quintana: "A resposta do poeta gaúcho não deve ser entendida apenas como uma ironia entre as gerações. Quintana era um homem de meia-idade quando escreveu esse verso, por isso seu senso aguçado para compreender a velhice também como uma experiência de gênero entre homens e mulheres. Envelhecer é aproximar-se do espaço socialmente ocupado pelas mulheres. É fragilizar-se, enfraquecer-se, reconhecer a dependência e experimentar o cuidado. Esses são papéis tradicionalmente identificados como femininos e, por uma sobreposição de gênero, considerados como atributos das mulheres. A velhice nos força a uma experiência feminina do mundo social."

*Débora Diniz é doutora em Antropologia e diretora da ONG Anis - Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero. O artigo aqui citado intitula-se A Velhice.

4 comentários:

  1. Bom dia Su!
    Vim me atualizar com as sabedorias aqui postada.
    Quitana me passa isso mesmo, um homem a frente de si mesmo.

    Adorei.

    Xeros

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  2. Eu amo Quintana e sempre aprende com ele. Beijo, Karla! Obrigada pela visita.

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  3. Gosto do Quintana, penso mesmo que possa ter razão em relação a este aproximar do feminino nas condições do envelhecimento. Porém, quero acreditar na possibilidade de nos mantermos velhos com a sabedoria de podermos nos adaptar as condições e mantermos nossa própria felicidade.

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  4. Gostei do que vc, pensando... Um abraço.

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