quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Liga Britânica contra a Cirurgia Plástica.

Kate Winslet - Foto: Google
Adorei a notícia!
Emma Thompson, Kate winslet e Reichel Weisz criaram a Liga Britânica contra a cirurgia plástica. Aqui no blog temos falado tanto sobre a ditadura da beleza, a valorização da juventude que impõe às mulheres uma aparência de 30 anos quando a gente já tem mais de cinquenta.

Um simples gesto como esse das "meninas" é carregado de simbolismos. É um grito de liberdade. Quero o meu sorriso natural, a minha testa com as rugas de expressão e do tempo e quero manter os meus cabelos brancos.
Tenho dito e praticado isso, mas eu sou uma "simples mortal"!
Quando atrizes hollywoodianas fazem declarações como essas muitas mulheres agradecem. Talvez respirem aliviadas. E que bom que as pessoas possam ser como são. E felizes.

Kate Winslet que tem 35 anos, disse:

"Eu nunca vou me render. Vai contra a minha moral, a maneira que meus pais me criaram e o que eu considero ser a beleza natural."  "Sou uma atriz, não quero congelar a expressão do meu rosto", completou.

Emma Thompson, que tem 52 anos  - a mesma idade que eu - falou sobre esse foco na juventude quando todos precisam parecer ter 30 aos 60 anos.

É isso, aí. Vou aderir à Liga.

domingo, 31 de julho de 2011

O orgasmo nosso de cada dia.

Modigliani (imagens google)
Hoje comemora-se o Dia Mundial do Orgasmo. A data - 31 de julho - como já dissemos aqui, surgiu na Inglaterra como uma forma de aquecer as vendas em casas de sex shop britânicas e também para trazer a discussão sobre a sexualidade feminina.
Segundo o dicionário, "orgasmo é o mais alto grau da satisfação sexual, quando se atinge a plenitude das sensações". O orgasmo dura apenas alguns segundos e a palavra em grego significa "ferver de ardor". 
Para escrever esse post dei uma olhada nas matérias das revistas ditas "femininas" e sempre fico muito impressionada com o resultado. Se por um lado, há a ditadura da beleza que nos escraviza e impõe determinados modelos e padrões, por outro lado é muito forte a obsessão pela performance sexual perfeita.
E o que é pior? "Ninguém sabe o que é a tal performance perfeita - nem especialistas em sexualidade, nem sequer psicólogos, muito menos ginecologistas. Até porque a sensação de prazer é pessoal e intransferível". Na matéria Abaixo a ditadura do orgasmo as jornalistas Patricia Diguê e Verônica Mambrini arrasam, desmistificando a tão sonhada sensação.
Alguns dos mitos em torno do orgasmo estão relacionados aos tais padrões de beleza impostos para as mulheres, como a auto exigência de um corpo "perfeito": magro e sem estrias ou celulite.
Outro dia fiquei surpresa quando uma amiga minha contou que não consegue tirar a roupa na frente do marido se estiver com a luz acesa, pois desde que ela teve nenê as suas formas não são as mesmas. Imagino que essa situação, que se traduz em sofrimento, aconteça com muitas outras mulheres. E isso tem a ver com a baixa auto-estima, mas também com as diferenças culturais determinadas pelo gênero e pelo sexo, que padronizam as mulheres e idealizam tipos físicos que muitas vezes estão longe da realidade.
Além disso, os manuais, as inúmeras publicações demonstrando o passo-a-passo para o orgasmo, o Guia do orgasmo estão sempre nos impondo um modelo de prazer que nem sempre se encaixa no nosso orgasmo da vida real. E muitas vezes, o mais importante é o percurso, o caminho e não a chegada.  Quando o orgasmo vira uma obrigação, muitas mulheres acabam sofrendo com a cobrança interna, muitas vezes resultado da pressão social. Por outro lado, já falamos AQUI aqui que 'a preocupação com a performance sexual faz com que muitas vezes, as pessoas fiquem tão imbuídas em demonstrar que são verdadeir@s atletas sexuais que acabam por investir pouco no prazer sexual da outra pessoa.' E por que não dizer, no seu próprio prazer?
Também já sabemos que existem muitas formas de atingir um orgasmo e a masturbação pode ser uma delas. E para isso não precisamos de ninguém, a menos que faça parte do jogo erótico com o parceiro ou com a parceira. Inúmeros brinquedinhos são vendidos em sex shopping: elétricos, manuais, para estimular o clitóris, à prova dágua, vibradores com pulsação, enfim, tem pra todo tipo de gosto e de prazer.                          
Objetos eróticos criativos

Nessa onda dos manuais e das muitas formas de atingir um orgasmo, tem também a nova música de Erasmo Carlos e Arnaldo Antunes: Kamasutra. Vejam a letra:

Hu, hu, hu
Hu, hu, hu
Hu, hu, hu
Em que posição?
Frontal, de pé, por trás ou de lado
A hidra às voltas com o dragão
Tesoura, fechadura ou de quatro
Em que posição?
Coqueirinho ajoelhado
Trapézio ou carrinho de mão
Gangorra de cabeça pra baixo
Em que posição?
Ficamos de mãos dadas no improvável caranguejo
Mas foi com a chave de ouro que o namoro começou
No 69 a gente deu nosso primeiro beijo
O que faremos hoje com nosso desejo?
Onde colocar o amor?
O enroscado da trepadeira
Picada de escorpião
Guindaste, tartaruga ou vaqueira
Em que posição?
Fênix na caverna vermelha
Noventa graus de conexão
Carrossel ou chão de estrelas
Em que posição?
Já experimentamos quase o Kama Sutra inteiro
Até contorcionismo a gente às vezes praticou
A borboleta em concha fez você gozar primeiro
Mas no tradicional papai-mamãe 
Foi que a gente mais arrebentou
O parafuso, a ponte e o arco
Da rã, do carangueijo ou do cão
Lótus, vai e vem, tiro ao alvo
Em que posição?
Hu, hu, hu
Hu, hu, hu
Hu, hu, hu
Em que posição?

Para finalizar o post, deixo a música Je T'aime, de Serge Gainsbourg que se chamava Lucien Ginzburg e mudou o nome na década de cinquenta. Músico, cantor e compositor francês, que eu ouvia ainda na minha adolescência. Essa música, particularmente, é a minha primeira fantasia sexual sobre um orgasmo. Na minha casa tinha um vinil e eu escutava inúmeras vezes achando o máximo.

Um feliz Dia do Orgasmo para nós!


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Cinquentinha... ou mais.

Acima, da esquerda para a direita:
Meryl Streep, Bruna Lombardi, Isabelle Huppert e Angela Vieira;
abaixo, da esquerda para a direita: Isabella Rossellini; Helen Mirren; Catherine Deneuve e Irene Ravache (www1.folha.uol.com.br)
                     
Ando bem impressionada como tem aparecido matérias na mídia sobre o envelhecimento. A maioria com boas notícias. Algumas, equivocadas no meu modo de ver porque querem mostrar o segredo da eterna juventude ou como ter uma aparência mais nova,  como se só pudéssemos ser felizes aos vinte anos. A fórmula da juventude vende revistas. Uma delas apresenta uma matéria sobre 32 formas de rejuvenescer: alimentos poderosos, cosméticos e tratamentos inovadores, além de pequenas mudanças de hábito. Tudo para "subtrair" alguns anos da nossa aparência.
Prometem desde o resgate da auto-estima até o fim da flacidez. Muitos sites também prometem alguns passos para o rejuvenescimento e apostam que mulheres e homens querem conquistar um olhar de 40 aos 60 anos. Novas tecnologias, pílulas do rejuvenescimento, últimos lançamentos de cremes e novos tratamentos que rejuvenescem o rosto por inteiro.
Uma das tantas matérias que li há alguns meses, fala sobre a relação da nova geração de mulheres que estão acima dos cinquenta anos e mantem uma boa relação com o espelho. No final do post, indico o link. Vale a pena dá uma olhada. Na matéria, a antropóloga Mirian Goldenberg diz que é mais fácil envelhecer na Europa do que no Brasil, onde a cultura obriga as mulheres a parecerem mais jovens.  Somos o segundo país no mundo onde mais se faz cirurgias plásticas e o terceiro consumidor de cosméticos, atrás apenas dos Estados Unidos e Japão.
Patricia K e Angela Vieira - Tamanho Único GNT
   
Voltando à longevidade, o Brasil também está se colocando entre os países com uma população significativa de idosos e idosas. Segundo O Estadão, "Houve um crescimento da  participação relativa da população, com 65 anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, passou a 5,9% em 2000 e alcançou 7,4% em 2010."

Uma importante pesquisa sobre a terceira idade no Brasil, foi feita pela Fundação Perseu Abramo que resultou na publicação "Idosos no Brasil - Vivências, desafios e expectativas na terceira idade", organizado pela professora Anita Liberalesso Néri e co-editado pela Editora Fundação Perseu Abramo e pelas Edições SESC. O livro reúne análises aprofundadas dos dados da pesquisa, que é uma das mais amplas já feitas no país sobre os idosos. Destaco a análise sobre a feminização da velhice, que como resultado das desigualdades de gênero nas expectativas de vida, entre outras razões faz com que existam mais mulheres idosas do que homens.

Uma outra matéria que chamou a minha atenção sobre a longevidade, é a que fala sobre "Cientistas que preveem a cura do envelhecimento". Já sabemos que envelhecer não é adoecer, embora o envelhecimento traga algumas doenças decorrentes da idade. O biomédico e gerontologista Aubrey de Grey promete 'extirpar' tais doenças que acompanham a velhice, prolongando a vida indefinitivamente. Ele diz que o envelhecimento é o acúmulo de vários danos moleculares e celulares do organismo e propõe uma geriatria preventiva. A matéria fala ainda sobre a tendência mundial de longevidade e diz que só no Japão existem 44 mil centenários e a pessoa mais longeva do mundo tem 122 anos.

Na semana passada o comercial sobre o programa Globo Repórter prometia muitas novidades para as pessoas com 50 anos ou mais. Maternidade aos 49 anos. Uma nova carreira aos 60. Planos para depois dos 70. Fui assistir, afinal de contas, esse é o meu - o nosso - universo. Um pouco mais de cinquentinha. O programa começa com uma pergunta no mínimo instigante: "Você já parou para pensar no que fazer depois dos cinquenta?" Eu não parei. Sigo pensando e agindo, buscando ser feliz.



O programa mostra mulheres e homens brasileiros que entre 50 e 60 anos iniciam uma nova carreira e enfrentam o mercado de trabalho. Mostra também a mulher que engravida aos 49 anos e uma idosa campeã master de natação. O Globo Repórter mostra que é possível realizar muitos sonhos e fazer planos mesmo depois dos setenta anos, mesmo depois de aposentados, como o pedreiro que enveredou pelo caminho da fotografia, uma paixão antiga que ele enfim pôs em prática com um curso de fotografia e investimento pessoal para se profissionalizar. Mostra ainda a artesã que aprendeu a cozinhar aos 45 anos e se tornou empresária e proprietária de restaurante ou mesmo a técnica em edificações que recomeçou a vida profissional aos 53 anos.
Ainda que sem maiores novidades, porque muito do que o programa apresenta não é exatamente inédito, eu gostei de mais uma vez saber que sim, nós podemos. Não me canso de ler e de buscar saber mais sobre a velhice e a longevidade. Por enquanto, quero ir pensando como cuidar de mim para que eu fique uma velhinha saudável e feliz, afinal de contas, uma vida longa só tem sentido se a gente estiver com saúde. Um abraço.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Elza, a fênix.

Foto: Google

Sempre tive uma admiração enorme por Elza Soares. Sua força, coragem e, sobretudo, sua capacidade de ressurgir das cinzas, tal como a fênix, aquele pássaro da mitologia grega que quando morria entrava em auto-combustão e passado algum tempo renascia das próprias cinzas.
Agora mais uma vez Elza dá a volta por cima e quase um mês depois de ser operada da coluna, comparece ao show de abertura da 9ª Flip (Festa Literária de Paraty). 
Segundo a reportagem da folha, para conseguir chegar ao palco, foi carregada por dois homens. A matéria intitulada "Elza assume a fraqueza do corpo e a força da voz", registra que mesmo sentada, Elza não deixou de arrancar aplausos entusiasmados da plateia pela simpatia e pela força da voz.
Justiça seja feita. Elza sempre impressionou, seja pela força da sua voz ou pela mulher que ela é: ousada, corajosa e valente. Sempre foi assim. E Elza tem uma história de muito sofrimento também. Casou-se e teve seu primeiro filho aos 12 anos e aos 18 já estava viúva. Fico imaginando como deve ter sido difícil para ela ainda uma menina - pobre, filha de lavadeira e operário - casar-se tão criança. Anos depois, enfrentou a hostilidade da  "família" brasileira quando em 1962 se apaixonou por Mané Garrincha que era casado com Nair com quem já tinha sete filhas, além de um casal de filhos com Iraci e um filho sueco, concebido em 1959. Contra tudo e todos, Elza assumiu o seu romance com Garrincha com quem viveu durante 15 anos e com quem teve um filho que faleceu em 1986, vítima de um acidente de carro quando ia visitar o pai, em Pau-Grande.

Foto: http://extra.globo.com/
A vida de Elza foi sempre marcada por tragédias e sofrimentos. E ela sempre, dando a volta por cima.Na reportagem da revista Veja (agosto de 2002), mais uma vez Elza levanta e sacode a poeira:"Até conquistar a fama, enfrentou preconceitos de toda ordem. A voz rasgante passou por momentos de glória e ostracismo. Seu romance com o jogador Garrincha foi turbulento. Durante anos, Elza pagou o pato pelo fato de o craque ter sucumbido ao álcool. "Poderia processar o Brasil", diz. Não parou de trabalhar, mas ficou distante do sucesso. A situação mudou. Em 2000, recebeu o título de cantora do milênio, dado pela BBC de Londres. Depois, estourou na trilha da novela Desejos de Mulher, cantando, em dueto com Chico Buarque, uma versão de Let's Do It, de Cole Porter. Agora, brilha solo com o CD Do Cóccix até o Pescoço. Amparado por canções inéditas de Chico Buarque, Caetano Veloso e Jorge Ben Jor, o disco foi consagrado pela crítica e bem recebido pelo público."



Elza Soares sempre apoiou a diversidade sexual e o movimento o movimento Lgbt. Já foi coroada  madrinha da comunidade Lgbt e participou recentemente da campanha: "Sim, eu aceito", em apoio à livre expressão do amor e o direito universal ao casamento.                                        

                        

Já assisti vários shows de Elza Soares e continuo sua fã incondicional. Desejo que ela se recupere o mais breve possível e que volte aos palcos em grande estilo. Cantando e dançando com toda a sua irreverência. Elza Soares é um dos maiores ícones da Música Popular Brasileira.  
                                       
Uma das músicas que Elza cantou na 9ª Flip foi Flores Horizontais, de Wisnik, baseada em poema de Oswald de Andrade, escritor homenageado pela Feira este ano. Eis a letra:
Flores Horizontais,
flores da vida
flores brancas de papel,
da vida rubra de bordel,
flores da vida
afogadas nas janelas do luar
carbonizadas de remédios, tapas, pontapés,
escuras flores puras, putas, suicidas, sentimentais.
Flores horizontais.
Que rezais?
Ouça a música Flores horizontais

Mais sobre Elza:

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Respeito os meus cabelos brancos.

Suely Oliveira (Foto: Henrique Lima)
Ainda não cheguei aos sessenta anos, mas estou me preparando para isso. E quero que seja da melhor forma possível. Quando envelhecemos não tem como conter o aparecimento de rugas, a menos que façamos uso dos inúmeros artifícios como cremes, laser, botox, preenchimentos ou cirurgias plásticas. Não é o meu caso. E pelo visto, também não é o da americana Cindy Joseph que virou modelo aos 49 anos, quando foi abordada na rua por um fotógrafo que a convidou para estrelar um anúncio da Dolce & Gabbana.
Ela diz algo bem interessante para explicar porque está sendo contratada:
"(Os anunciantes) não estão me contratando por preocupação em fazer uma declaração sociológica, e sim porque querem vender, e (a minha geração) ainda está comprando".
E isso se aplica inclusive ao Brasil, já que já somos um país de longevos.

Mas na prática ainda temos um longo caminho a galgar, já que a busca da "eterna juventude" ainda é muito forte em nossa cultura. Não é à toa que esse país é vice-campeão mundial em cirurgias plásticas. E isso é muito complicado porque pessoas de 50 anos ou mais não conseguem ter a face (e a expressão!) de 25 anos. E aí, o excesso de  lifting - que "levanta" o rosto ao puxar a pele, corta o excesso e recostura em pontos escondidos, geralmente atrás da orelha - cria aquela face-padrão, deixando muitas vezes as pessoas parecidas e com cara de bonecos de cera. Além disso, o uso contínuo do botox paralisa alguns músculos da face responsáveis por expressões como raiva, espanto e tristeza. Complicado.
Cindy Joseph (Fonte: uol)
Esse papo de cabelos brancos de vez em quando volta aqui no blog. O preconceito ainda é muito grande e a insegurança que toma conta das mulheres que decidem parar de pintar os cabelos para esconder os brancos é enorme.
O mito de que cabelo branco envelhece e de que devemos viver uma eterna juventude parece que estão sempre associados. Muitas mulheres acreditam que deixar os cabelos ficarem brancos tem a ver com relaxamento, baixa auto-estima e até decadência. Mas não tem nada a ver. Podemos ficar lindas, elegantes e até mesmo modernas com os nossos cabelos brancos.
Já comentei em outro post desse mesmo blog, o quanto as minhas amigas - pelo menos algumas delas - ficaram espantadas ao se depararem com os meus cabelos brancos. A renúncia às tintas comigo foi acontecendo aos poucos e eu fui gostando do que via. Aliviada e livre. Pintei os cabelos de muitas cores. Usei henna. Fiz balayage. Luzes. Diversos matizes de louro: louro-cinza, louro-louríssimo, louro-escuro... E já nem sabia qual era a verdadeira cor dos meus cabelos.

Por usar há muitos anos os cabelos claros, foi difícil notar a mudança. Mas eu estava disposta a mudar. E assim o fiz. Continuo cuidando de mim, da minha aparência, dos meus cabelos - agora totalmente brancos. E uso shampoo e condicionador para cabelos grisalhos, o que aos poucos vai retirando aquela cor amarelada dos cabelos brancos.
Às vezes acho graça do espanto de algumas pessoas que estão sem me ver há algum tempo e me reencontram no shopping, na fila do cinema ou até mesmo no supermercado.
É muito bom sair do script, quebrar padrões que estão de maneira tão forte arraigados em nossa cultura. Mulher não pode dizer a idade? Deve parecer mais jovem do que realmente é? Essa cobrança social de rejuvenescimento, de uma aparência eterna de juventude  eu não quero pra mim.
Quem quiser que o faça, se assim se sentir bem. Mas o que eu tenho visto são depoimentos sofridos e dolorosos de mulheres que exigem de si mesmas uma aparência que já não combina com a própria idade.
Mas não nos enganemos. Esse padrão da juventude eterna também chega ao universo masculino e aquela cor acaju também cobre as madeixas de muitos homens.
Bobagem. Envelhecer é um processo natural da vida e faz parte. Eu estou comprovando isso.

Saiba mais:
Bem-estar: atenção com os cabelos brancos
Alisar ou não alisar  

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Chico, um gatão na Terceira Idade.

Foto: Google
E o Chico Buarque fez aniversário e continua lindo em seus plenos 67 anos de idade. Está na Terceira Idade. Pois é. Os mitos também envelhecem, embora Chico continue um gato e muito charmoso. (foto:google)

As Nações Unidas usam o padrão de idade de 60 anos para descrever as pessoas mais velhas.  E o Estatuto do Idoso foi criado para regulamentar os direitos das pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Portanto, Chico é uma pessoa idosa. 

Mas é claro que o processo de envelhecimento não começa na Terceira Idade e o que acontece com as pessoas ao longo dos anos varia bastante. As primeiras rugas de expressão. Cabelos embranquecendo. O fato é que a lei da gravidade não perdoa ninguém.
E uma coisa é certa: todos nós vamos envelhecendo desde que nascemos! A não ser... Benjamin Button!

Pois é. Lembrei agora do filme O curioso caso de Benjamin Button, direção David Fincher (2009). 
A história se passa em Nova Orleans em 1918. 
Benjamin Button (Brad Pitt) nasceu de uma forma rara, com uma aparência enrugada, como se fosse um velhinho de oitenta anos e com doenças de uma pessoa idosa. E com o passar do tempo ele rejuvenesce, invertendo o ciclo natural da vida. Ainda criança ele conhece Daisy (Cate Blanchet) que tem a mesma idade que ele, por quem se apaixona. 
O filme é uma fábula baseada no conto de F. Scott Fitzgerald (1896-1940), escrito em 1922.  É lindo e comovente.  Uma história de amor que começa na infância e segue com cumplicidade e companheirismo.
Vale muito a pena assistir. Até fiquei com vontade de rever esse belíssimo filme. É um show de interpretação de Brad Pitt e de Cate Blanchet.

Mas o post de hoje era pra ser sobre Andropausa... A partir dos 45 anos, pelo menos um em cada 10 homens começa a sentir os efeitos da Andropausa masculina. Tem até aqueles calores, mas é mais difícil ser diagnosticada. É a tal da menopausa masculina. Outros dados mostram que todos os homens, a partir dos 40 anos, sofrem uma redução gradativa de 1% ao ano na produção de testosterona, o hormônio sexual masculino. A gente já conversou aqui que a testosterona é produzida nos testículos e é responsável pelas características que identificam o homem, como a voz, a barba, pelos, musculatura e pomo de adão. Pois. Na andropausa há uma redução drástica na produção desse hormônio, o que acontece por volta dos 50 anos. 
E os efeitos podem ser devastadores, sendo os mais comuns: a disfunção erétil e a diminuição do desejo sexual (sim! eles também passam por isso), falta de atenção e concentração, perda da memória, desânimo, insônia, irritabilidade, mau humor e até  depressão em alguns casos.

Mas até nisso os homens saem em vantagem. É que ao contrário do que acontece com a menopausa que afeta todas as mulheres, já que todas passaremos pela falência dos ovários (achei essa denominação horrível e já me vi de luto quando os meus pararem de funcionar) e o fim do ciclo reprodutivo, apenas 20% dos homens enfrentarão a andropausa. 
Os demais continuarão reproduzindo espermatozoides até o final da vida.
Para escrever esse post fui em busca de informações e, acredite,  os dados sobre a idade em que começa a andropausa variam, mas os sintomas coincidem.  
Dá pra ver também que há um desconhecimento enorme sobre a andropausa e ainda muito preconceito e tabu envolvendo o tema.  Nesse ponto, há um coincidência já que existe também muito preconceito em relação à menopausa. Voltaremos a falar sobre a andropausa. 

Saiba mais:
Como o corpo envelhece
Bolsa de Mulher
Homens grisalhos (foto: George Clooney)
O curioso caso de Benjamin Button

domingo, 12 de junho de 2011

Meus cabelos estão ficando brancos.

É inevitável. O tempo passa. E "com um pouco de sorte, todas nós envelheceremos", como na reportagem Velha é você!
“Jovens, envelheçam.” A ordem é de Nelson Rodrigues, dada em entrevista ao amigo Otto Lara Resende. O recado era para a juventude transgressora dos anos 70. Hoje, soa quase como heresia. Vivemos, talvez mais do que nunca, um modelo social em que a juventude é algo a se agarrar, e a velhice, um mal a se combater. Mas a pergunta que sobra aqui talvez seja: o que, afinal de contas, é ser velho? Com todo o aparato que temos por aí, de quantidade e facilidade de informação a progressos cosméticos, tem gente batendo um bolão em todas as idades e fases da vida. Gente recomeçando aos 50, quebrando recordes aos 60, produzindo freneticamente aos 90 e escrevendo livros aos 20. Por que temos tanto repúdio à natureza: nascer, envelhecer, morrer? Por que queremos ser eternamente jovens? Medo da morte apenas? Vaidade descontrolada? O que, afinal, a velhice tem de tão feio?

Tenho pensado muito na velhice não como algo distante de mim, que um dia chegará. 
Mas como algo que já está em mim. Na aparência física, com os meus cabelos brancos, com os sinais do meu corpo e do meu rosto que me fazem perceber a velhinha que aos poucos vai se instalando em mim. Em parte isso não me incomoda. São sinais do tempo, marcas de uma história de vida. As rugas revelam que o tempo passou. 

Quanto aos cabelos brancos, ultimamente tenho me surpreendido com notícias sobre mulheres que resolveram parar de pintar as madeixas. 
Como na matéria Elas não passam em branco, que mostra a atriz Cássia Kiss, a escritora Anne Kreamer e a francesa Christine Legarde, ministra da economia.  
Anne Kreamer que escreveu o livro Meus cabelos estão ficando brancos, relata a crise de se olhar no espelho aos 49 anos e insistir na aparência de uma mulher de 34 anos. Ela começou a não se reconhecer ali, naquele lugar. Entendo perfeitamente. 
E assumo com tranquilidade os meus cabelos brancos.