domingo, 12 de junho de 2011

Meus cabelos estão ficando brancos.

É inevitável. O tempo passa. E "com um pouco de sorte, todas nós envelheceremos", como na reportagem Velha é você!
“Jovens, envelheçam.” A ordem é de Nelson Rodrigues, dada em entrevista ao amigo Otto Lara Resende. O recado era para a juventude transgressora dos anos 70. Hoje, soa quase como heresia. Vivemos, talvez mais do que nunca, um modelo social em que a juventude é algo a se agarrar, e a velhice, um mal a se combater. Mas a pergunta que sobra aqui talvez seja: o que, afinal de contas, é ser velho? Com todo o aparato que temos por aí, de quantidade e facilidade de informação a progressos cosméticos, tem gente batendo um bolão em todas as idades e fases da vida. Gente recomeçando aos 50, quebrando recordes aos 60, produzindo freneticamente aos 90 e escrevendo livros aos 20. Por que temos tanto repúdio à natureza: nascer, envelhecer, morrer? Por que queremos ser eternamente jovens? Medo da morte apenas? Vaidade descontrolada? O que, afinal, a velhice tem de tão feio?

Tenho pensado muito na velhice não como algo distante de mim, que um dia chegará. 
Mas como algo que já está em mim. Na aparência física, com os meus cabelos brancos, com os sinais do meu corpo e do meu rosto que me fazem perceber a velhinha que aos poucos vai se instalando em mim. Em parte isso não me incomoda. São sinais do tempo, marcas de uma história de vida. As rugas revelam que o tempo passou. 

Quanto aos cabelos brancos, ultimamente tenho me surpreendido com notícias sobre mulheres que resolveram parar de pintar as madeixas. 
Como na matéria Elas não passam em branco, que mostra a atriz Cássia Kiss, a escritora Anne Kreamer e a francesa Christine Legarde, ministra da economia.  
Anne Kreamer que escreveu o livro Meus cabelos estão ficando brancos, relata a crise de se olhar no espelho aos 49 anos e insistir na aparência de uma mulher de 34 anos. Ela começou a não se reconhecer ali, naquele lugar. Entendo perfeitamente. 
E assumo com tranquilidade os meus cabelos brancos. 

10 comentários:

  1. Olá Suely

    Quanto as marcas da velhice, me incomoda um pouco, mas sem revolta. Só acho injusto. Os cabelos brancos pintei-os porque era moda, mas muito trabalho para esconder o que mais esperei chegar. Por isso deixei que aparecessem e estou achando cada dia mais bonito. Hje eu digo:
    "Respeitem ao menos meus cabelos brancos!"
    Beijos.
    Maria Luiza (Lulú)

    ResponderExcluir
  2. É isso aí, Lulu. Claro que cada uma sabe de si e por isso mesmo, é bacana poder falar sobre o que nos aflige e nos dá prazer. Cada dia tenho aprendido muito com esse meu processo de envelhecimento e como lidar com ele da melhor forma, já que sou determinada a ser feliz. Um abração. É bom tê-la por aqui!

    ResponderExcluir
  3. Tenho 62 anos nunca deixei meu cabelo ficar totalmente branco ao contrário quando a raiz vai crescendo eu vou logo ao cabelereiro!
    muitas vezes eu penso e até falo que não me vejo de cabelos brancos.Desde mocinha eu já tinha alguns cabelos brancos minha genetica é assim tenho primos muito jovens outros menos jovens de cabelos brancos. Posso a qualquer momento dá um basta nas tintas e deixar meu cabelo embranquecer mas no momento não pénsso assim
    todos me acham conservada ou quase todos ,sou muito vaidosa e não gosto de roupa que me envelheça procuro sempre a jovialidade não tenho nada contra a velhice ao contrário é um privilegio chegar a velhice com saude e sem sentir ainda jovem!!

    Abraçoa a todos que fizeram essa materia

    graça barbosa

    ResponderExcluir
  4. Não gosto de ser chamada de velha!! velha são as estradas e mesmo assim passamos em cima delas se meus filhos carinhosamente chamarem como as vezes dizem "minha veinha" eu sei que não é prá me manosprezar mais se alguem de fora chamar é com o intuito de humilhar desprezar chingar ou outras coisas mais!
    Não me sinto velha acho que vou me sentir velha no dia em que eu não quiser mais me cuidar como eu me cuido ainda hoje!!

    acho que a velhice merece mais respeito muitos olham para uma pessoa idosa como um lixo como uma coisa que não presta mais para nada isso é muito triste!!

    cordialmente meus agradecimentos por participar dessa importante materia

    Graça Lyra!

    ResponderExcluir
  5. É isso mesmo, Graça. O importante é a gente se sentir bem e fazer o que gosta. A imposição é terrível, os padrões estabelecidos às vezes escravizam a gente. Tenho me sentido bem com os meus cabelos brancos. Às vezes acho que até me deram um certo charme. Um abração e obrigada pela visita e comentários.

    ResponderExcluir
  6. Oi, Suely, confesso que já me incomodou. Acho que a maioria de nós passa inevitavelmente por uma crise quando os sinais vão se modificando na aparência física antes mesmo deles se manifestarem em nosso espírito. Hoje, não mais. Me sinto bem melhor a cada fase que vou vivendo, posto que bem vividas todas as anteriores. Não "encano" com a perspectiva de juventude a qualquer custo. E quanto aos cabelos brancos acho-os muito mais belos do que todas as cores que as pessoas usam para escondê-los. rsrs. ABraços. Paz e bem.

    ResponderExcluir
  7. Oi, Suely. Vi sua chamada no blog da Ana Karla e vim ler, pois cabelos brancos já foram tema de 2 posts meus.
    Comecei a deixá-los sem tinta por duas ocasiões. Em uma, desisti de tanto ouvir gente falando em meus ouvidos! (ninguém de casa, meus filhos e marido me dão a maior "força" pra isso).
    Da outra vez, final do ano passado, até os cortei, curtinho, para acelerar o processo de igualar as cores e sair toda a tinta, mas o baque de um aborto espontâneo acontecido com minha nora me tirou do sério. Fiquei tão abalada que "envelheci" uns 10 anos da noite pro dia, de tristeza. E como os cabelos já estava quase sem tinta,, numa extensão grande, minha aparência pesou muito e corri ao salão e os pintei! De verdade, até hoje me arrependo. Enquanto há tinta ainda, misturando tudo: o branco que chega, a tinta descorada e a tinta mais escura do final dos fios, dá uma aparência muito feia, mas quando ele já está sem tinta nenhuma, acho um charme total. Vem me dizer que a mulher dessa foto é "uma velha"? De jeito nenhum!
    Enfim, mais dia menos dia volto a deixá-los embranquecer...rsrrs

    ResponderExcluir
  8. Não sei exatamente o que te incomodou, Cacá. Eu tive a minha primeira crise sobre envelhecimento aos 40 anos, como já comentei por aqui outra vez. Hoje mais não. Em alguns momentos acho graça da falta de sintonia entre a minha idade cronológica e o meu estado de espírito. Faz parte. Eu amo os meus cabelos brancos. Acho moderno. Elegante. E também morro de medo das pessoas que querem a manutenção de uma juventude forçada e artificial. Por isso, também tem sido tranquilo para mim o processo de envelhecimento. E é um privilégio poder envelhecer. Um abraço e obrigada pela contribuição. É muito bom te ter por aqui. Beijo

    ResponderExcluir
  9. Oi, Lúcia. É assim mesmo. Idas e vindas. Fiquei quase um ano assim: decidia parar de pintar (na verdade eu fazia luzes ou balayage há muitos anos) e quando ia aparecendo os brancos eu não aguentava e corria pro salão. Até que fui espaçando as idas até que parei. Sigo indo ao salão. Para cortar os cabelos, fazer unhas ou outas coisinhas. A pressão externa não é moleza, não. A galera chia mesmo. Mas quando a gente decide, nada interfere. Um beijo, querida. Grata pela visita e pela contribuição. Volte sempre!

    ResponderExcluir
  10. Oi meu nome é Helena e tenho 45 anos pintei desde os 28 anos não aguento mais , decidi dar um basta na tinta, resolvi deixar grisalho. em casa meu marido e meu filho apoiaram, minha filha que tem 25 anos não gostou nem um pouco mas depois disse que até que tinha ficado legal, quando fui na casa de meus pais no dia das mães, quase fui enchotada de lá ninguém me apoiou, juro que voltei e balancei quase passei uma tinta que tenho guardada no caso de uma recaída, graças a Deus voltei ao meu normal e pensei melhor, vou ficar assim mesmo e quem quiser gostar que goste eu estou curtindo muito, bjs.

    ResponderExcluir