terça-feira, 8 de março de 2011

8 de Março - Dia Internacional da Mulher

Hoje é o Dia Internacional da Mulher e no mundo inteiro as mulheres saem às ruas para reivindicar igualdade, melhores condições no trabalho, pela legalização do aborto, pelo fim das discriminações, contra a lesbofobia, por liberdade e por direitos.

É um dia de comemorar as conquistas e, ao mesmo tempo de seguir lutando. É uma data muito especial para o feminismo e para o socialismo. O Dia Internacional da Mulher foi proposto por Clara Zetkin em 1910 no II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas.
Na foto, Clara Zetkin (1857-1933) com Rosa Luxemburgo a caminho do Congresso do Partido Social Democrata da Alemanha (SPD) em 1910.


Mas é também uma data muito importante pelo simbolismo que ela representa, uma vez que agrega mulheres de todos os continentes contra as opressões, contra a hierarquia entre os sexos.

Nós vivemos numa sociedade dominada pelo sexo masculino, ainda com muitos privilégios para os homens.

No começo do mês, li uma matéria que me fez pensar como ainda temos que lutar.
Era uma notícia sobre a pesquisa da Fundação Perseu Abramo "Mulheres Brasileiras e gênero nos espaços público e privado", realizada em agosto de 2010 (www.perseuabramo.org.br), entre os assuntos investigados, chama a atenção o tema da violência contra a mulher.

O estudo foi feito em 25 Unidades da Federação, ouvindo 2.365 mulheres e 1.181 homens, com idade acima de 15 anos, atingindo áreas urbanas e rurais de todas as macrorregiões do país. A pesquisa mostra que a cada 2 minutos cinco mulheres são agredidas violentamente no Brasil.

A violência contra a mulher é um entre tantos exemplos de como ainda é preciso agir. Ainda é preciso muita luta pela igualdade de direitos. Penso nas mulheres negras. Nas agricultoras. Nas trabalhadoras domésticas. Nas mulheres lésbicas.

O racismo é estruturante das hierarquias que se criam na sociedade, como diz a ministra da Igualdade racial, Luiza Bairros. E com as mulheres negras, o racismo é elevado ao cubo.

No campo, a sobrecarga de trabalho das mulheres começa antes mesmo de amanhecer o dia e compreende a atividade na roça, a responsabilidade de cultivar os produtos que fazem parte da mesa da família e o cuidado da casa e dos filhos, considerada uma atribuição das mulheres.

As mulheres estão em todos os lugares e aparecem sempre como cidadãs de segunda categoria. E ainda vai demorar um tempo para mudar esse quadro.

É preciso transgredir. Romper. As regras, as normas, o que nos impõe o patriarcado.
É preciso enfrentar a misoginia, a violência de gênero, as desigualdades políticas econômicas e sociais.

É isso.

O feminismo é uma luta política contra a misoginia e a opressão histórica contra as mulheres. É um movimento ideológico, social e político. Mas é também uma forma de estar no mundo. Sigamos em frente. Nenhum direito a menos e alguns direitos a mais.

2 comentários:

  1. Vim visitar o teu blog e já me registei ( penso que é assim que se diz)

    Vou vir aqui assiduamente. Parabéns!

    Beijos

    Maria da Conceição, Portugal

    ResponderExcluir