domingo, 10 de junho de 2012

Minha vida é andar por esse país...

Logo me chamou a atenção a manchete da folha.com de hoje, caderno Mercado: "Cresce potencial de consumo dos idosos". Já sabemos que a população brasileira está vivendo mais, que estamos nos tornando um país de longevos. Mas até que ponto o Brasil está preparado para receber o consumidor - e a consumidora - da Terceira Idade? 
Segundo a reportagem de Cláudia Rolli publicada na Folha deste domingo, os consumidores com mais  de 60 anos devem movimentar neste ano R$ 400 bilhões. "O valor, equivalente ao PIB da Irlanda, é 45% maior do que há cinco anos". Mesmo assim, ainda segundo a matéria, só recentemente o comércio começou a se preocupar com a Terceira Idade. Veja o que diz a matéria:
"Sete em cada dez aposentados têm renda mensal garantida pela Previdência Social. Ou seja 73,5% dos rendimentos desses consumidores mais velhos (ou R$ 295,6 bilhões) vêm de aposentadorias e pensões concedidas pelo INSS. Somente 20% da renda deles depende da relação com o mercado de trabalho".

Vi que o Ministério do Turismo tem um programa que se chama Viaja Mais Melhor Idade, para facilitar e estimular brasileir@s acima de 60 anos a viajar pelo país na baixa ocupação. Segundo o site, o programa existe desde 2007, com a organização e a comercialização de pacotes customizados para a terceira idade, além da concessão de uma linha de crédito para estimular as viagens desse segmento da população brasileira. Ainda segundo o site do Ministério do Turismo:
"Em 2010, conforme o manual de requisitos do Viaja Mais Melhor Idade, nove operadoras de turismo trabalharam aderidas ao programa, e aproximadamente 2 mil agências cadastradas. Segundo o balanço 2012 do Programa, mais de 2 mil meios de hospedagem estavam disponíveis em 588 cidades brasileiras colocando à disposição do público mais de 217 mil leitos. As diárias médias de 2012 ficaram cotadas em R$ 98,07 (solteiro) e R$ 114,56 (casal). Já o preço médio dos pacotes ficou em torno de R$ 950.

Segundo pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo, durante o Salão do Turismo (2011) em São Paulo, com amostra de 472 entrevistados acima de 60 anos, mostra que:

  •  46% preferem viajar de avião e 35% de ônibus;
  •  76% hospedam-se em hotel ou pousada durante as viagens;
  •  mais de 60% viajam com os familiares;
  •  cerca de 45% organizam a própria viagem e 23% contam com agências de viagens;
  •  mais da metade viaja de uma a duas vezes por ano;
  •  metade  considera o Nordeste como a região preferida para viagens.
  •  46% preferem viajar na baixa temporada e 34,5% em qualquer época do ano;
  • dentre os incentivos desejados para viajar a lazer, estão: o preço das tarifas aéreas/rodoviárias, o preço da hospedagem e os pacotes melhor organizados.
Fortaleza (roteirocearauol.com.br)

Ainda segundo o site do Ministério do Turismo, Fortaleza está em primeiro lugar nas cidades procuradas pela Terceira Idade, seguida de Fernando Noronha, Natal, Serra Gaúcha, Maceió, Salvador, Lençois Maranhenses, Bonito, Belém e em 10°lugar, a cidade de Recife.
Infelizmente o programa está em fase de reformulação e não tem outras novidades pra gente contar por aqui.
De qualquer forma, é bom lembrar que com o aumento da expectativa de vida, com a facilidade de crédito e outras vantagens para pessoas com mais de 60 anos, viajar e conhecer o país, passou a ser uma tendência que a economia já vem considerando e parece estar atenta aos números. Mas é preciso que o mercado esteja preparado para esse tipo de turismo, que requer algumas necessidades especiais. 
A reportagem sobre Pousadas do Ceará se adaptam para receber turistas da terceira idade, mostra como é importante oferecer desde um cardápio diferenciado, que inclua alimentos saudáveis e com baixo teor de gordura, até questões ligadas à infra-estrutura como rampas de acesso, banheiros adaptados, corrimão, de modo a oferecer segurança e conforto para as pessoas da chamada terceira idade.
Como podemos ver, já se foi o tempo em que envelhecer era sinônimo de passar o dia de pijamas, jogando dominó ou fazendo trabalhos manuais e à espera da visita dominical dos netos e netas. 



Leia mais:
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O turismo e a terceira idade

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