sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Passagem do Ano - Carlos Drummond de Andrade

PASSAGEM DO ANO

O último dia do ano
Não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
E novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
Farás viagens e tantas celebrações
De aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com sinfonia
E coral,

Que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor,
Os irreparáveis uivos
Do lobo, na solidão.

O último dia do tempo
Não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
Onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
Uma mulher e seu pé,
Um corpo e sua memória,
Um olho e seu brilho,
Uma voz e seu eco.
E quem sabe até se Deus...

Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.

Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa, já se expirou, outras espreitam a morte,
Mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
E de copo na mão
Esperas amanhecer.

O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito,
O recurso da bola colorida,
O recurso de Kant e da poesia,
Todos eles... e nenhum resolve.

Surge a manhã de um novo ano.

As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasto renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
Lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.

domingo, 26 de dezembro de 2010

EDUCACAO E SEXUALIDADE - CLÁUDIA BONFIM: Tantra - Sexualidade e Divindade - Parte I

Achei que essa conversa tem tudo a ver com o nosso blog. Por isso, com os devidos créditos, posto aqui.

EDUCACAO E SEXUALIDADE CLÁUDIA BONFIM: Tantra - Sexualidade e Divindade - Parte I: "Sentir-se amado é uma necessidade essencial aos seres humanos em toda e qualquer idade, pela necessidade básica que todos temos de te..."

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sábado com Drummond

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca e que,
esquivando-nos dos sofrimento, perdemos também a felicidade.
Carlos Drummond de Andrade.
Bom sábado de dezembro para tod@s nós!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Menopausa precoce

Uma amiga minha que conhece o blog esse tal climatério, outro dia me falou que desde os 30 e poucos anos está na menopausa.

Ai fui ler para entender um pouco o que vem a ser essa tal de menopausa precoce.
A estimativa é de uma para cada mil mulheres com menos de 40 anos.
É uma doença que se caracteriza pela ausência da menstruação antes do tempo, com uma diminuição da produção de estrogênio. A mulher deixa de produzir óvulos e perde a fertilidade.

Os sintomas são praticamente os mesmos que ja falamos aqui, mas os impactos na vida da mulher são muito maiores porque acontecem mais cedo.

As causas não são totalmente conhecidas, mas estudos indicam que podem contribuir para isso, as infecções, fator genético e o sistema imunológico.

Mas, mulheres com menopausa precoce podem engravidar, com os avanços dos estudos em reprodução humana. Converse com o seu médico.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Feliz ano Novo com Mafalda

Aproveitando o mês de dezembro, desejo que á tod@s um Feliz Natal e que no próximo ano sigamos junt@s.

Força, fé e coragem para seguirmos na luta.

Beijos!


sábado, 4 de dezembro de 2010

Al Pacino - Perfume De Mulher - Tango

Um final de semana. Talvez o último na vida daquele tenente-coronel (Al Pacino), cego em decorrência da guerra, que contrata um jovem rapaz (Chris O'Donnell) para ajudá-lo a viver as aventuras do que seria o último final de semana em sua vida.

Com o título original Scent of a Woman, Perfume de Mulher é um desses filmes que ficam marcados como uma boa lembrança. É um filme de 1992, dos Estados Unidos, com direção de Martin Brest.
A seguir, uma das cenas mais bonitas do filme.


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sobre a idade...

Outro dia, aqui mesmo no blog, falando sobre Dilma escrevi: ...Uma mulher como nós, de meia-idade, sessentona!

Agora relendo, achei graça! Faltam pelo menos 15 anos para que eu seja uma sessentona! Mas e daí?! A Marta (sim, aquela mesma, a senadora, a Suplicy) é uma sessentona! E é linda. Deslumbrante.
Recentemente vi uma foto dela com o novo namorado na praia. Ela estava de biquine e linda! Barriga (quase) de tanquinho...

Fiquei pensando sobre isso... a idade. A ditadura da juventude. A minha mãe escondia até de si mesma a (sua) própria idade e dizia que nenhuma mulher devia falar sobre isso. Por que?!

Acho que eu nasci velhinha... sempre tive um pouco além da minha idade. Um jeito de ser aliado às intempéries da vida. Filha única. Dois irmãos. A mais velha dos três.

Mas o que é a idade, se não um estado de espírito, uma forma de estar no mundo?
O climatério tem sido isso.
E eu aproveito cada minuto dessa vida.

Depois tem mais.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Os calores voltaram ou foi o verão que já chegou em Recife?

Depois de duas semanas sem condições de escrever no blog, de render minhas homenagens à Djavan, à Cecília Meireles, cá estou de volta.

Ainda sem muito tempo, pois participar ativamente da campanha para eleger Dilma Presidenta do Brasil, especialmente no segundo turno, me deixaram atrolhada de textos e relatórios para escrever. Mas, nenhuma queixa, apenas uma constatação.

Não sei se o verão já chegou em Recife, mas os meus calores voltaram a mil por hora...

Essa semana relendo O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir (Livro 1 - Fatos e Mitos, página 51) achei curioso quando ela diz:
..."entre quarenta e cinco e cinquenta anos desenrolam-se os fenômenos da menopausa, inversos aos da puberdade.
...observa-se então, ao lado da depressão da cessação do mênstruo, fenômenos intempestivos: baforadas de calor, hipertensão, nervosidade; há, por vezes, recrudescência do instinto sexual. Certas mulheres, então, acumulam banha em seus tecidos; outras, virilizam-se."

Faço, então, rápidos comentários:
Na puberdade, nós mulheres estamos desabrochando, nos abrindo para a vida. E no climatério, isso também é possível? Tenho cada dia a sensação de que é uma nova fase da minha vida, completamente diferente, com um outro ritmo... E estou aberta a possibilidades, sim.

As mulheres com quem eu tenho conversado, em geral não se importam muito com a ausência do mênstruo, ao contrário. Muitas comentam que essa é uma das partes boas da menopausa.

Literalmente, fenômenos intempestivos mesmo! Ondas de calores que nos tomam de repente no meio da tarde, no meio da noite, às vezes seguidos de suor frio.
Isso é ruim, é chato! Mas vai passar!

Nervosidade - adorei a palavra! Sim, aconteceu comigo por diversas vezes de ter sido tomada por uma vontade repentina e estúpida de esganar um ser vivo. Mas isso foi bem lá atrás. Agora, "ando devagar porque já tive pressa".
Estou muito mais tranquila e atribuo parte desse momento zen a maturidade, ao climatério.

Recrudescência do instinto sexual... que bom que isso passou e a minha libido voltou com todo gás. É verdade que fiquei um tempo fechada para balanço. Mas passou! Já falamos mais detalhadamente sobre isso outras vezes, aqui mesmo no blog.

Para encerrar, Simone diz que algumas mulheres 'acumulam banha em seus tecidos'... Quanto a essa parte, so tem uma alternativa. Ou melhor, duas. Diminuir a comilança e aumentar os exercícios.

Depois tem mais.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Motivo - Cecília Meireles

Cecilia Meireles (foto: estadão)
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre e nem sou triste:
Sou poeta.

Irmão das coisas fugidias
Não sinto gozo nem tormento
Atravesso noites e dias
no vento

Se desmorono ou se edifico
Se permaneço ou me desfaço
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo.
Mais nada.

Cecilia Meireles (1901-1964)

sábado, 23 de outubro de 2010

Vai chegando o verão...

Embora o verão só comece oficialmente em dezembro, o sol já chegou com força em alguns estados. É tempo de praia, de cervejinha gelada, roupas mais confortáveis e leves.

Mas é preciso também alguns cuidados, pois a pele sofre bastante nesse período do ano e, especialmente, quando estamos no climatério. Pele ressecada, com chances de descamação nos pés, são alguns dos sintomas que aparecem ou se agravam com a chegada do sol.

Os hormônios sexuais, principalmente o estrogênio, exercem função muito importante na manutenção da qualidade da pele da mulher. Para quem faz reposição hormonal, parece que as alterações do ressecamento são quase sempre reversíveis.

Mas as alterações da pele são mais ou menos evidenciadas de acordo com fatores individuais, genéticos e também climáticos, como por exemplo a exposição da pele ao sol durante a vida.

Para nós - as que não fazem reposição hormonal - melhor investir numa boa e saudável alimentação, muito filtro solar e hidratante.
Depois voltamos a falar mais sobre esse tema.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Outra vez calores!

A temperatura subiu. Não, não é somente porque acabou o período de chuvas em minha cidade, Recife. E nem porque o sol resolveu ocupar o seu lugar de rei.

A temperatura subiu porque estamos no período eleitoral, inédito e difícil. Pela primeira vez temos uma mulher candidata a Presidência do Brasil.
Uma candidata como nós. Uma mulher de meia-idade, sessentona.

Uma mulher que dedicou a sua vida inteira - como eu e muitas de nós - a mudar o mundo. A mudar, pelo menos o seu país. A transformar a vida das mulheres: chefes de família, negras, desempregadas, com filhos, com baixa escolaridade.

Eu voto Dilma. Tenho certeza que somente Dilma tem condições de seguir mudando o Brasil nessa perspectiva de gênero, classe e raça.

Conte comigo, Dilma! No dia 31 eu voto 13!
Dilma Presidenta do Brasil!

sábado, 16 de outubro de 2010

Um pouco de Clarice Lispector nesta noite de sábado

Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!

Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre

Clarice Lispector

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Vai chegando o verão...

Ainda não é verão, mas as revistas femininas já mandam recados para nós mulheres, sobre como conquistar o corpo dos sonhos para o verão que se aproxima. O conteúdo das matérias inclui, receitas para um bumbum perfeito, dietas milagrosas para alcançar curvas 'invejáveis' em apenas 08 semanas, o abdomen de tanquinho, cabelos arrasadores.

O apelo é forte demais e nós mulheres, muitas vezes embarcamos nessa viagem tresloucada pelo corpo perfeito. Um corpo de modelo, de atrizes globais, de mulheres que não são mulheres como nós, simples mortais.

E aí, nessa tentativa de nos aproximarmos de um número muito menor do que o nosso, estipulado por um padrão de beleza que inclui juventude e magreza, nós mulheres com idade acima de cinquenta anos, sofremos ainda mais.

Devemos cuidar da saúde, de manter um corpo adequado, porque é melhor ter uma vida saudável. Porque queremos viver mais e melhor. Porque queremos uma melhor qualidade de vida. Estamos numa faixa etária de risco. Cuidar da saúde por nós mesmas e não para cumprir ou seguir um padrão de beleza.

Acima dos 45 anos é preciso se cuidar. É preciso se cuidar sempre. Mas nessa idade, é preciso ficar atenta aos fatores de risco para infarte, por exemplo, tais como hereditariedade, sedentarismo, obesidade, tabagismo, hipertensão, diabetes.

Por isso, vamos à luta.
E como dizia o poeta: viver e não ter a vergonha de ser feliz.

sábado, 2 de outubro de 2010

A Velhice

O climatério e a menopausa são caminhos que levam a velhice, por isso também vez por outra volta a nossa pauta.
O Brasil aos poucos entra na lista de países cuja população tem sido considerada longeva, ou seja, simplificando, vive mais, morre mais tarde.

Mesmo assim, ser velho ou velha ainda é muito difícil nesse país. A minha mãe dizia que envelhecer é a pior coisa do mundo. Ela tinha inúmeros 'causos' para contar sobre as suas vivências de discriminação na Terceira Idade.

Num mundo em que o descartável é valorizado - precisamos nos livrar do que é velho e comprar coisas novas, todo tempo - o que é velho não serve, precisa ser descartado, trocado. Portanto, o que fazer com os velhos?

Para Mário Quintana, a "velhice é quando um dia as moças começam a nos tratar com respeito e os rapazes sem respeito nenhum".

Li um artigo de Débora Diniz* sobre a velhice, onde ela comenta a frase de Quintana: "A resposta do poeta gaúcho não deve ser entendida apenas como uma ironia entre as gerações. Quintana era um homem de meia-idade quando escreveu esse verso, por isso seu senso aguçado para compreender a velhice também como uma experiência de gênero entre homens e mulheres. Envelhecer é aproximar-se do espaço socialmente ocupado pelas mulheres. É fragilizar-se, enfraquecer-se, reconhecer a dependência e experimentar o cuidado. Esses são papéis tradicionalmente identificados como femininos e, por uma sobreposição de gênero, considerados como atributos das mulheres. A velhice nos força a uma experiência feminina do mundo social."

*Débora Diniz é doutora em Antropologia e diretora da ONG Anis - Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero. O artigo aqui citado intitula-se A Velhice.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A feminização da velhice - 01 de outubro - Dia Internacional da pessoa idosa.

Nesse primeiro de outubro comemora-se o Dia Internacional da pessoa idosa.
Mesmo ainda longe de estar inserida nesta condição de idosa, penso que caminho para chegar lá. E tomara que eu chegue!

A maioria da população de idosos é constituída por mulheres com 65 anos ou mais. Segundo o IBGE (2000) dos idosos brasileiros, 55% são mulheres! Percentual que aumenta na população com mais de 80 anos.

Tenho pensado como é difícil para nós mulheres chegarmos ao patamar da velhice. Não estou falando do envelhecimento do corpo tão-somente, embora logo mais voltarei a este assunto.

Falo dos terríveis momentos de solidão, uma vez que vivendo mais do que os homens e considerando como em uma determinada faixa etária os homens buscam as mulheres mais jovens, convenhamos, é muito difícil formar pares. Estou falando de relações heterossexuais, onde é mais frequente esse tipo de "modelo".

Quero buscar um envelhecimento mais saudável, sem escravizar o meu corpo, sem impor a ele a ditadura da boa forma, mas pensando sobre mente e corpo sãos.

Feliz Dia da Pessoa Idosa!!!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

É mais difícil envelhecer para a mulher do que para o homem?

O psicanalista Contardo Calligaris certa vez respondeu à revista Marie Claire* sobre se é mais difícil envelhecer para a mulher do que para o homem.
Numa entrevista cheia de provocações e de muitas observações que devemos anotar para reler em diversas oportunidades da vida, o psicanalista, escritor e colunista disse que:
"As mulheres têm essa tendência de achar que os homens de 50 e 60 se dão melhor na vida. Eles encontram mais parceiras, ou parceiras mais jovens, mas é um ponto de vista que me deixa um pouco perplexo. Por um lado, acho que existe um enorme trabalho para ser feito sobre a menopausa. A menopausa é, naturalmente, o fim da possibilidade de reproduzir, mas não tem nenhuma razão para se pensar que deva ser o fim da feminilidade, ou o fim da vida sexual. Mas, aparentemente, para muitas mulheres na menopausa existe uma sensação de que: 'Ah, tá, agora acabou a vida sexual'."

Isso tem tudo a ver com o que a gente tem conversado aqui no blog. A menopausa não é o fim da linha, não é o fim da nossa vida sexual.

E vejam que ele é ainda mais incisivo quando a revista questiona:
Mas nossa cultura sugere a supervalorização do corpo jovem.

E Contardo Calligaris diz que:
"Não sei quanto isso corresponde realmente ao desejo masculino. Um homem pode se interessar por uma mulher de 50 ou 60 sem problema nenhum. Essa idéia de que o homem seria irresistivelmente seduzido pela carne fresca é um pouco primária. Um homem é seduzido por coisas completamente diferentes. Por exemplo, por quem consegue entrar em seu universo de fantasias, o que não tem nada a ver com a idade. Sem contar que um homem pode até construir um fetiche ao redor dos supostos defeitos do corpo de sua parceira. Mas existem aqueles que, claro, tem problemas de afirmação narcisista em relação a outros homens: são esses que precisam da mulher-troféu para exibir aos amigos."

É um fofo esse Contardo Calligaris!


* Na cama (ou quase) com Contardo Calligaris
Marie Claire - Edição 207 - junho/2008

sábado, 11 de setembro de 2010

Elsa e Fred - Um Amor de Paixão (Trailer)



Nunca é tarde para viver o que não foi vivido.
O filme Elsa e Fred é um exemplo disso.
Compartilho o trailer do filme aqui no blog. Vale a pena assistir.

sábado, 4 de setembro de 2010

04 de setembro: Dia Mundial da Sexualidade

Escrever sobre climatério e menopausa tem me oferecido excelentes descobertas. Eu não conhecia o Dia Mundial da Sexualidade.
Nesse dia podemos trazer para a nossa reflexão um dos tantos pontos que temos falado aqui, como a masturbação, por exemplo, tão saudável e muitas vezes motivo de vergonha para muitas mulheres.

O ato de tocar-se é uma forma de conhecer a si mesma, buscando um prazer proporcionado por esse simples gesto: o da auto-satisfação.

A masturbação é muito comum entre homens e entre mulheres. Mas, por ainda ser um tabu social, muitas mulheres por vergonha, chegam até a se sentir culpadas pelo prazer proporcionado pela masturbação.

Nada disso. A masturbação é um ato saudável, relaxante e que não interfere na vida sexual com um (a) parceiro (a). Pelo contrário. Ajuda no conhecimento do corpo, a encontrar as melhores formas de atingir um orgasmo e, ainda, a mostrar ao seu parceiro (ou sua parceira) onde é mais prazeiroso para você.


E viva a sexualidade nossa de cada dia!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

La falta de deseo es el principal problema sexual femenino - CNNMéxico.com

La falta de deseo es el principal problema sexual femenino - CNNMéxico.com

Essa matéria chama a atenção pelos dados estatísticos sobre problemas sexuais em mulheres no México, com idade entre 18 re 95 anos. Foram entrevistadas 587 mulheres.

A falta de desejo aparece em 47% e problemas relacionados ao orgasmo em 45%.

Por outro lado, a idade, o período da menopausa e o uso de antidepressivos foram fatores de risco estatisticamente significativos para a disfunção sexual feminina. Tudo a ver com o nosso papo e o nosso blog.

domingo, 22 de agosto de 2010

O climatério é uma fase da vida da mulher

O climatério é definido pela Organização Mundial de Saúde como uma fase biológica da vida da mulher e não um processo patológico.

Mesmo assim, é importante que seja feito um diagnóstico, um acompanhamento médico visando a promoção da saúde e tratamento de possíveis agravos e redução de danos. Quando eles falam sobre isso, estão nos alertando sobre possíveis 'probleminhas' que surgem com tod@s - mulheres e homens - a partir de uma certa idade, como a hipertensão e o diabetes, por exemplo.

Mas, temos falado sobre orgasmo nas recentes postagens e queria hoje aproveitar para dizer que muitas mulheres mantem-se bem e sexualmente ativas, quando entram no climatério e mesmo depois, na menopausa.
Segundo alguns estudos, o que determina ou colabora para isso é uma relação de mais afeto com o seu parceiro (ou a sua parceira) e a masturbação.

A secura vaginal que é relatada como um incômodo nesse período não é um impedimento para atingir o orgasmo, por isso, tenho insistido que uma conversa franca e aberta com o (a) ginecologista ajuda em muito as mulheres. Creminhos são super eficazes para relações sexuais e para masturbação.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O orgasmo e as revistas femininas II

É no início dos anos setenta que as revistas femininas começam a falar sobre orgasmos, prazeres sexuais e, especialmente, clitóris.

É bom lembrar que foi também nesse período que o movimento feminista no Brasil, na chamada Segunda Onda do feminismo, passa a ter um grande expressão de articulação, apoiado principalmente nas ideias de Simone de Beauvoir.

O novo pensamento feminista traz uma crítica radical ao modelo tradicional de ser mulher e, assim, sai às ruas com as palavras de ordem: Nosso corpo nos pertence! O privado também é político!

É também esse movimento quem reivindica o direito ao prazer, o direito ao gozo, ainda que para algumas essas bandeiras estivessem relacionadas à chamada "burguesia".

Nos Estados Unidos, ainda nos anos setenta surge a revista Ms., sendo a primeira publicação feminista que chega às bancas, cuja promessa era popularizar o feminismo e apresentar temas até então não explorados pela imprensa. Durante duas décadas, a revista Ms. prometia ser um fórum aberto, um lugar onde as mulheres poderiam encontrar ajuda e informação para melhorar suas vidas.

A revista Nova em seus primeiros artigos, ao propor uma nova figura de mulher - livre, independente e nova integrante do mercado, ja explicava a fisiologia do corpo feminino e masculino, comentando sobre as descobertas de Masters & Johnson, que atenta para o clitóris como um lugar de prazer.

Fonte:Os Mistérios do Corpo Feminino, ou as Muitas Descobertas do Clitóris

sábado, 14 de agosto de 2010

O orgasmo e as revistas femininas

É como se houvesse uma fórmula secreta, uma receita a ser experimentada ou um guia prático.

É assim que as revistas femininas tratam a nossa vida sexual.

Um time de mulheres plenamente satisfeitas e, somente você (nós, mulheres), ainda não se deu conta de que não faz parte daquele seleto grupo. Ou se deu conta e justamente por isso, é a mais miserável de todas as outras que gozam, que tem prazer, que vivenciam e oferecem uma vida sexual 100% satisfatória ao seu parceiro.

Vejamos:
Primeiro, abordam a temática como se houvesse apenas um único tipo de relação sexual no mundo: a hetero.

Segundo, quase nunca falam do prazer individual - da masturbação por exemplo - ou o mencionam muito rapidamente. Estão sempre relacionando ao prazer de um casal. Esquecem que o prazer está principalmente em nós mesmas. Já falamos no blog que nós mulheres temos um órgão responsável exclusivamente pelo prazer: o clitóris.

Há sempre um culpado externo que é o vilão, que é responsável por destruir uma vida de glamour sexual para o casal. Ai vem, a rotina, o longo tempo de convivência, a falta de romantismo, enfim, todas essas questões que se repetem.

Tratam também do sexo como puramente penetração e cujo fim é exclusivamente o orgasmo. A ditadura do gozo. Esquecem que o namoro, o prelúdio, o chamego podem oferecer prazeres indescritíveis.

Na essência o que fica é mais uma vez, uma responsabilização para as mulheres que devem procurar 'salvar o seu casamento'.

Daí, sugerem que nós devemos ter atitudes que 'esquentem' a transa, criar um mundo de fantasias, comprar lingerie, resgatar uma relação que muitas vezes não existe mais - porque as relações mudam mesmo, até porque nós todas mudamos com o tempo.

Agora, some-se a isso, um período de transição e às vezes difícil como é o climatério. Onde muitas mulheres sentem desconforto na hora do sexo, não sentem vontade de transar e não conseguem falar sobre essa questão às vezes nem com o próprio médico.

Vamos voltar a falar sobre isso.

domingo, 8 de agosto de 2010

Mutilação Genital Feminina - MGF

Segundo o Unicef cerca de três milhões de meninas são afetadas pela Mutilação Genital Feminina por ano.

É uma prática tradicional na África Sub-saariana e no Médio Oriente e inclui a ablação do clitoris o que leva em muitos casos à morte.

Dor, hemorragias, infecções e morte são consequências da excisão.

Pode ser de três tipos: corte parcial ou total do clitoris (abscisão), a extirpação dos grandes e/ou pequenos lábios (labiotomia) e a infibulação (costura da vagina). Todas crueis. Todas praticadas sem anestesia, com um instrumento cortante, geralmente uma lâmina de barbear, uma faca ou tesouras.

Segundo Celuy Roberta Damasio, docente de língua francesa, o governo da França trava uma batalha contra os praticantes desse ritual que
"na sua origem significava a separação dos sexos. Na tradição de Mali, o céu fecundou a terra antes de sua excisão, dando origem ao chacal, semeador da desordem no mundo. Assim sendo, a criança nascida de uma mulher não excisa vem anunciar a desordem e o azar."

E no final, tudo 'sobra' para as mulheres - no caso, ainda meninas.

Faça parte da campanha contra a Mutilação Genital Feminina (MGF).

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Vida Maria - (Marcio Ramos)

Essa é uma homenagem às tantas mulheres que vivem uma Vida Maria.
Que nascem, crescem,vivem e morrem uma vida Maria.
Que são impedidas de sonhar. Que tem suas esperanças tolhidas desde cedo.
Que envelhecem uma vida Maria.
E àquelas que romperam, que se libertaram da vida Maria.




domingo, 1 de agosto de 2010

Dia do Orgasmo

Essa data - 31 de julho - Dia Internacional do Orgasmo foi concebida há 8 anos pelas lojas de sex shop da Inglaterra com o objetivo de discutir a sexualidade feminina e "esquentar" o comércio de lojas desse tipo.

Na verdade, pesquisas feitas à época mostravam um alto grau de insatisfação em relação ao sexo, das britânicas.Pesquisas mostravam que 80% das mulheres não atingiam o orgasmo durante o ato sexual.

Mas essa é uma preocupação que afeta também as brasileiras e brasileiros. Já falamos aqui no blog que se a maior dificuldade das mulheres é em relaçao ao orgasmo, o maior problema dos homens é com a ejaculação precoce e com a falta de ereção.

Conversando com uma amiga, soube de uma informação fantástica. Vejam o que ela nos conta: "Recentemente descobri uma coisa sensacional: a camisinha feminina tem sido preferida por homens que tem algum tipo de disfunção erétil ou dificuldade com a ereção, porque o pênis não precisa estar inteiramente ereto para iniciar a transa, não precisa retirar logo depois da ejaculação e pode transar várias vezes sem tirar a camisinha. Tá fazendo o maior sucesso no Ceará entre casais mais velhos. Não é ótimo? E a L'amour - que não faz 'tcheco-tcheco', porque fica ajustada - aumenta o prazer das mulheres... Camisinha feminina pra todo mundo no dia do orgasmo!!"
Achei genial!

Quem quiser saber mais sobre o Dia do Orgasmo, pode ler O Dia do Orgasmo e também a IstoÉGente

sábado, 31 de julho de 2010

Amor, paixão e ansiedade

Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado;
Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.
Mário Quintana

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Monólogos da vagina - Eve Ensler

Foi com o feminismo que descobri os encantos que tem a genitália feminina, ao contrário do que nos ensinam.
Conheci a minha intimidade. Eu mesma. Com a experiência do auto-exame, onde em grupos de reflexão conversávamos sobre as nossas vaginas.
Sobre o prazer que elas nos proporcionam. Derrubando mitos e preconceitos.

Descobri que a minha vagina tem cheiro de mim. Que tem uma cor que nenhuma outra tem. Da mesma forma que os meus lábios. Inclusive os grandes lábios.

Desde cedo, nos mandam fechar as pernas, lavar muito bem "as partes de baixo" e evitar qualquer menção ao nosso órgão genital. Que sangra. Que é feio. Que tem mau cheiro. Que escorre líquidos e está sempre úmido.
Que guarda mistérios - para vê-la é preciso a ajuda de um espelho, de um espéculo, de uma boa iluminação.

Vamos combinar. É uma palavra completamente destituída de sexo, de tesão. Vagina. É asséptica. Talvez por isso, receba tantos apelidos. Xoxota, pipiu, piquito, buceta. São inúmeros.

E é essa vagina que um dia para de sangrar. Para de ficar úmida. Pois, como já vimos aqui essa é uma das consequências do climatério - a secura vaginal - e é assim que repercute no organismo das mulheres e no imaginário popular. Mulheres secas. Por dentro e por fora.

Vagina, grandes lábios, vulva e clitóris compõem a nossa genitália feminina. O mais curioso é que nós mulheres temos um órgão cuja única função é proporcionar prazer. O clitóris.

Os Monólogos da vagina, de Eve Ensler, é um texto magnífico. A publicação que em 1998 foi finalmente traduzida no Brasil, produz até hoje, as maiores gargalhadas e descobertas em peças de teatro que ficam por anos em cartaz em diversas cidades do país.

A propósito: secura vaginal tem solução. Converse com o seu médico ou a sua médica. Existem cremes maravilhosos que fazem verdadeiros milagres.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Escrever é como fazer amor. Não te preocupas com o orgasmo, preocupa-te com o processo.

Essa frase é da escritora peruana naturalizada chilena, Isabel Allende.

É uma frase que traz muitas reflexões.
Fazer amor é diferente de transar.
É aproveitar cada momento do ato.
O prelúdio e todas as delícias que podem acontecer nessa hora.
O envolvimento dos corpos e dos prazeres que a intimidade proporciona.
A delicadeza com a outra pessoa e com nós mesmas.
O tempo que se dá ao tempo.
Tudo. E cada detalhe.
Mas isso só se aprende com a maturidade.
É uma entre outras boas coisas da experiência.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Tango para 2 mujeres

A Argentina tornou-se, hoje, o primeiro país da América Latina a legalizar o casamento homossexual e décimo no mundo, após a Holanda, Bélgica, Espanha, Canadá, África do Sul, Noruega, Suécia, Islândia e Portugal.

Nos Estados Unidos, apenas em alguns estados, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é reconhecido como válido perante a lei.

Que com essa nova lei a Argentina contribua também para que outros países da América Latina façam o mesmo. Legalizar a união entre pessoas do mesmo sexo.


Saludos!


terça-feira, 13 de julho de 2010

O desejo de Prazer

Tinha oitenta e um anos de idade. Chamava-se Dona Cândida Raposo.
[...] Pois foi com Dona Cândida Raposo que o desejo de prazer não passava.
Teve enfim, a grande coragem de ir a um ginecologista. E perguntou-lhe envergonhada, de cabeça baixa:
- Quando é que passa?`
- Passa o quê, minha senhora?
- A coisa.
- Que coisa?
- A coisa, repetiu. O desejo de prazer, disse enfim.
- Minha senhora, lamento lhe dizer que não passa nunca.
- [...] E... e se eu me arranjasse sozinha? O senhor entende o que quero dizer?
- É, disse o médico. Pode ser um remédio.
[...] Nessa mesma noite deu um jeito e solitária satisfez-se.
Mudos fogos de artifícios. Depois chorou. Tinha vergonha.
daí em diante usaria o mesmo processo. Sempre triste.
É a vida senhora Raposo, é a vida. Até a bênção da morte.
A morte. Pareceu-lhe ouvir ruído de passos. Os passos de seu marido, Antenor Raposo.
(Clarice Lispector, A Via Crucis do Corpo)

Esse texto foi recortado do livro Estudos Feministas, Florianópolis. (Janeiro-Abril de 2004).

Lembrei da minha avó que ficou viúva muito nova, por volta dos trintas anos e nunca mais casou. Minha mãe sempre comentava que aos setenta anos, a minha avó ainda sentia 'desejos'.

O desejo de prazer não depende do outro, da outra pessoa. Ele está em nós. E não acaba nunca. Que bom!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Respeitem meus cabelos, brancos

Respeitem meus cabelos, brancos
Chegou a hora de falar
Vamos ser francos
Pois quando o preto fala
o branco cala ou deixa a sala
Com veludo nos tamancos

Cabelo veio da áfrica
Junto com meus santos

Benguelas, zulus, gêges
Rebolos, bundos, bantos
Batuques, toques, mandingas
Danças, tranças, cantos
Respeitem meus cabelos, brancos

Se eu quero pixaim, deixa
Se eu quero enrolar, deixa
Se eu quero colorir, deixa
Se eu quero assanhar, deixa
Deixa, deixa a madeixa balançar

Viva a liberdade de expressão!
Inclusive a liberdade de poder deixar os cabelos brancos.
É o meu caso e estou adorando!
Respeitem meus cabelos brancos!


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Frida Kahlo Vive!

Frida Kahlo nasceu no dia 06 de julho de 1907. Morreu em julho de 1954.
"Recuerda que cada tic-tac és un segundo de la vida que pasa!"
Frida VIVE!

domingo, 27 de junho de 2010

Lubrificação vaginal



Segundo o blog sexualidade vida, "a lubrificação vaginal é produção natural de um lubrificante na vulva e no canal vaginal, que reduz a fricção durante o ato sexual. A lubrificação ocorre depois do desejo sexual e está associada à excitação sexual."

Já sabemos que um dos sintomas do climatério e da menopausa é a secura vaginal, embora nem todas as mulheres vivenciem todos os sintomas.

Para esses casos, melhor pedir a ajuda de um médico sobre lubrificantes ideais, que podem ser usados na masturbação ou no ato sexual com um (a) parceiro (a).

Mas lembremos que a saliva é um lubrificante natural que aumenta a satisfação e a intimidade do casal.

Falaremos mais sobre isso em outra ocasião.

domingo, 20 de junho de 2010

sábado, 19 de junho de 2010

A minha, a sua, a nossa libido...

Essa semana li uma matéria sobre sexualidade que fala sobre a falta de desejo sexual que atinge 38% das mulheres.

A matéria diz que metade das mulheres brasileiras, apresenta alguma dificuldade sexual ao longo da vida. Mesmo sendo tão frequente, diz o jornal, poucas mulheres procuram ajuda.

Fiquei impressionada porque para as mulheres a maior dificuldade é exatamente o baixo desejo sexual - o que muitas vezes acontece no climatério ou na menopausa.

Mas o jornal traz também notícias em relação aos homens, pois para eles a dificuldade de ereção ou de ejaculação precoce é a principal queixa.

Segundo o jornal, embora para 96% das mulheres o sexo seja considerado fundamental, apenas 5,4% afirmam ter procurado tratamento.

Fiquei pensando que as pessoas não vivem tão bem, do ponto de vista sexual como muitas vezes querem demonstrar.

* Jornal Gazeta (18/06) http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Jose Saramago: 1922 - 2010

Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter,
ter deve ser a pior maneira de gostar.


Não tenhamos pressa,
mas não percamos tempo.


Se tens um coração de ferro, bom proveito.
O meu fizeram-no de carne e sangra todo dia.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Fases da lua




Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Cecília Meireles

terça-feira, 15 de junho de 2010

Paixão: uma revolução química no cérebro!

Estimulantes naturais como a dopamina e a norepinefrina são produzidos em quantidades maiores do que o normal.

Noites mal dormidas. Perda de apetite. Pensamentos longe.
É assim que nos acomete a paixão. Que nos arrebata. Que nos toma por inteiro. Cabeça, tronco e membros.

Mas é claro que para apaixonar-se é preciso que o coração esteja disposto, propenso a esse sentimento avassalador.

A paixão não tem idade, não tem censura, não tem impedimentos.

E por que nos apaixonamos por aquela pessoa, justamente aquela pessoa e não por outra?

Nem a ciência explica. É uma escolha que tem mais a ver com o coração, com a alma e com o tesão. É uma química, um clima, um contato ou sei-lá-o-quê.
Acontece.

segunda-feira, 14 de junho de 2010



Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta o nosso edifício inteiro.
Clarice Lispector

domingo, 13 de junho de 2010

Rita Lee - Amor E Sexo

Pergunte se ela gozou

O Kama Sutra é um texto indiano muito conhecido entre nós, ocidentais, sobre comportamento sexual. Uma posição nova por dia. Orgasmo e orgamos múltiplos.

A preocupação com a performance sexual faz com que, muitas vezes, as pessoas fiquem tão imbuídas em demonstrar que são verdadeir@s atletas sexuais que acabam por investir pouco no prazer sexual da outra pessoa. E nisso, nas relações heterossexuais, os homens são campeões.

Na maioria das vezes eles estão tão envolvidos e preocupados com o seu próprio gozo e prazer que nem aí para elas - nós mulheres.

Para conversar sobre gozo, orgasmo, prazer e sexo seria preciso abrir aqui um leque de alternativas e possibilidades.

Mulheres, mulheres. Mulheres, homens. Homens, homens. Homens, mulheres... L.G.B.T.T.

As possibilidades são muitas. Inúmeras, se quisermos.
Mas o melhor é saber que o próprio prazer não depende do outro ou da outra pessoa. Está em nós mesmas.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Os silêncios dos corpos

Uma feminista francesa chamada Michele Perrot, professora emérita da Universidade de Paris, diz que 'há longas datas as mulheres são esquecidas da história.'

Michele diz que "O silêncio que as aprisiona é impressionante. Ele se aproxima de seus corpos, e assimila sua função - anônima e impessoal - de reprodução. Aquele corpo exibido, objeto de observação e de desejo, nós falamos dele. Mas ele se cala. As mulheres não falam nem devem falar. O pudor, que prende seus membros e fecha suas bocas, é a marca desta feminilidade. Em seu âmago, o sexo a enche de mistérios. A origem do mundo, num quadro de Courbet, é representado pelo sexo da mulher, signo de uma evolução, índice de uma história".

Quando comecei a pensar sobre o blog também pensei em como estamos confinadas ao silêncio e algumas falas são ainda mais proibidas. As que falam sobre a sexualidade.

Desde pequena ouvi que as mulheres devem ser discretas. No vestir. No comportamento. Nos gestos.

Segundo Michele Perrot, "o silêncio das mulheres é ainda bem maior quando se trata de sua vida íntima. Até mesmo as etapas de transformação do corpo feminino são entendidos pela sociedade como muito menos solenes do que o dos meninos. A adolescência masculina é considerada uma crise violenta. Já a das garotas, como uma doce mutação que as transpõe à condição de reprodutoras. A ausência de educação sexual faz com que as primeiras menstruações sejam vistas com surpresa. Curiosa assimetria entre a glória do esperma viril e a sujeira do sangue feminino."

sábado, 5 de junho de 2010

Saber Viver - Cora Coralina

Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Conhece-te a ti mesma!

Esta seleção de vibradores vai convencer você a investir no seu prazer

Acima o link da Revista Marie Claire (21.12.2009)com matéria sobre vibradores.

Desde que entrei no climatério já experimentei vários dos sintomas dessa fase, entre eles o calorão, a angústia, a luta contra a balança, insônia às vezes, como já descrevi aqui, em outras oportunidades.

Conversando com a minha médica, certa vez ela me perguntou se eu já tinha observado secura na minha vagina. Não. Isso nunca me aconteceu. Sei que nem todas as mulheres vivenciam todos os sintomas da menopausa, mas mesmo assim acendi a luz amarela e desde então tenho me observado ainda mais.

No feminismo aprendi que o auto-exame, o tocar-se, olhar a minha própria vagina, ter intimidade com ela, enfim, conhecê-la, significa conhecer a mim mesma. Parece um pleonasmo, mas significa ser íntima de mim mesma.

Mas, voltando para a secura vaginal... Para muitas mulheres, no entanto, essa é uma queixa muito frequente. Essa semana conversando com duas amigas, ambas me relataram como foi sofrido - e para uma delas ainda está sendo difícil.

A secura vaginal acontece porque nesse período há o desaparecimento dos folículos ovarianos e a flutuação dos níveis dos hormônios. Com isso, a vagina fica mais sensível à coceira e a sensação de queimação, o que torna a relação sexual dolorosa.

O que se diz é que a aplicação de cremes locais é suficiente para restaurar a mucosa vaginal, combatendo a secura e ajudando na estabilização do PH normal, contendo as infecções.

Claro que se há tesão, entrosamento entre o casal e paixão a resposta mais lenta e menos lubrificação no orgasmo são problemas mais fáceis de se enfrentar.

Os jogos e as brincadeiras podem ajudar muito um casal que está enfrentando tais dificuldades. O vibrador é um desses artefatos.

Como o próprio nome diz, vibrador é um aparelho para fazer vibrar algo ou alguma coisa. Também conhecido como brinquedos sexuais, os vibradores servem para estimular o clitóris e a vulva, por exemplo.

Há diversos tipos de vibradores, de vários tamanhos, formatos e cores, que se encontram à venda em sex shops e motéis.

Há para todos os bolsos, ou seja, os preços podem ser variados.

Vale a pena conhecer. Experimentar. Brincar com um vibrador.

Acredite. Não ter um companheiro ou uma companheira não é desculpa. Os vibradores estão aí também para ajudar a masturbação feminina.

Até a próxima!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O corpo que não cabe nas tvs



Excesso de peso. Vergonha do corpo. Medo da solidão.

É mais ou menos assim que funciona.

Os meios de comunicação
"definem" um padrão de beleza feminino
que é perverso com a maioria das mulheres,
principalmente considerando o biotipo da mulher brasileira.

São vendidas na tv, as mulheres magras, quase esquálidas, brancas, com o cabelo desenhado na escova, na chapinha. Mulheres construídas para vender.

E aí, para tentar se enquadrar nos padrões de beleza das novelas, dos comerciais de tv, as mulheres fazem muitos sacrifícios. Plástica. Lipoaspiração. Gasta-se uma fortuna com produtos variados de beleza.

Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós...

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Comer uma azeitona e digerir uma melancia

Foto: Google

Muita gente diz que é mais fácil ganhar do que perder peso depois de uma certa idade e é verdade. Quando se é jovem, a facilidade para queimar o que se come é mais rápida, mas com o passar dos anos, o metabolismo vai ficando 'preguiçoso' e queima muito lentamente.

A queda da taxa metabólica acontece com mulheres e homens com o envelhecimento.
Isso quer dizer que o corpo gasta menos energia para se manter funcionando após os 40 anos.

Até nessa fase uma desvantagem de gênero: as mulheres, por natureza, tem menos massa magra (músculos, ossos e vísceras - que queimam muita energia) e mais tecido adiposo.

O hormônio estrogênio estimula o acúmulo de gordura nos quadris feminino e daí com o passar dos anos, nós mulheres vamos adquirindo um "formato de ampulheta".

Depois dos 45 anos, com a diminuição dos níveis de estrogênio, cresce a proporção da testosterona no corpo feminino. Resultado: surgimento da gordura abdominal.

Imagine o resultado: ampulheta+barriga.
Um horror! Não somente do ponto de vista estético, ainda por cima tem os riscos de doenças cardíacas.

Tudo o que se come nessa fase significa ganho de peso. Exagero? Pode ser.
Mas, por via das dúvidas sigo com as caminhadas.
Com a sensação de que vou comendo azeitonas e digerindo melancias...
Um abraço!

sábado, 29 de maio de 2010

Sexualidade das mulheres no climatério

Do que tenho lido sobre este assunto - sexualidade das mulheres no climatério e na menopausa, chama a atenção como esse é o capítulo mais difícil de falar. Claro. Nenhuma mulher quer falar sobre a sua intimidade sexual, principalmente para contabilizar fracassos e insucessos, baixa libido e coisas do tipo.

Numa cultura que valoriza a performance sexual é mesmo difícil falar sobre a falta de tesão.

Todos os artigos que li falam que "a capacidade de viver a sexualidade não se esgota com a idade", mas "quando comparada com uma mulher na idade reprodutiva, a mulher climatérica tem menos pensamentos e fantasias sexuais e menor lubrificação durante o ato sexual."

Tem sido uma experiência fantástica conversar com as mulheres sobre o climatério e as implicações sexuais nesse período de nossas vidas.

Secura vaginal. Falta de tesão. Nada de nadica de vontade de transar. São queixas mais que frequentes das mulheres que estão no climatério.

Mas é importante dizer que muitas mulheres estão casadas há anos com o mesmo marido, com o mesmo homem, atravessando crises no casamento e, muitas vezes quando o climatério chega é também num desses momentos de crise. Isso também acontece em casamentos entre mulheres, onde muitas vezes as duas vivenciam juntas o momento do climatério.

Portanto, é importante que 'saquemos' de nossas costas, a exclusividade da falta de tesão. Os homens em geral são pouco criativos, pouco tolerantes e impacientes. Certamente há uma grande possibilidade de maior entendimento num casamento lésbico.

Aguardem uma conversa mais íntima sobre essa temática em breve. Um abraço.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Conversar com as amigas



Ouvir as amigas. Falar para elas e com elas. São muitos os assuntos e a menopausa é um dos tantos que nos une.

Os sintomas, os medos, as inseguranças. As perguntas. As dúvidas. Esse é um tema que por mais que sejam próximos eles não sabem do que se trata. Assim como sabemos sobre a andropausa somente na teoria.

Sigamos!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Vivir despeinada...

Mafalda

Hoy he aprendido que hay que dejar que la vida te despeine, por eso he decidido disfrutar la vida con mayor intensidad… El mundo está loco. Definitivamente loco…

Lo rico, engorda.
Lo lindo sale caro.
El sol que ilumina tu rostro arruga.
Y lo realmente bueno de esta vida, despeina…
- Hacer el amor, despeina.
- Reírte a carcajadas, despeina.
- Viajar, volar, correr, meterte en el mar, despeina.
- Quitarte la ropa, despeina.
- Besar a la persona que amas, despeina.
- Jugar, despeina.
- Cantar hasta que te quedes sin aire, despeina.
- Bailar hasta que dudes si fue buena idea ponerte tacones altos esa noche, te deja el pelo irreconocible…

Así que como siempre cada vez que nos veamos yo voy a estar con el cabello despeinado…
Sin embargo, no tengas duda de que estaré pasando por el momento más feliz de mi vida.
Es ley de vida: siempre va a estar más despeinada la mujer que elija ir en el primer carrito de la montaña rusa, que la que elija no subirse.
Puede ser que me sienta tentada a ser una mujer impecable, peinada y planchadita por dentro y por fuera.
El aviso clasificado de este mundo exige buena presencia:
Péinate, ponte, sácate, cómprate, corre, adelgaza, come sano, camina derechita, ponte seria…

Y quizá debería seguir las instrucciones pero ¿cuando me van a dar la orden de ser feliz?
Acaso no se dan cuenta que para lucir linda, me debo de sentir linda…
¡La persona más linda que puedo ser!
Lo único que realmente importa es que al mirarme al espejo, vea a la mujer que debo ser.
Por eso mi recomendación a todas las mujeres y porque no hombres....

Entrégate, Come rico, Besa, Abraza, Haz el amor, Baila, Enamórate, Relájate, Viaja, Salta, Acuéstate tarde, Levántate temprano, Corre, Vuela, Canta, Ponte linda, Ponte cómoda, Admira el paisaje, Disfruta, y sobre todo...

deja que la vida te despeine!!!
Lo peor que puede pasarte es que, sonriendo frente al espejo, te tengas que volver a peinar

terça-feira, 25 de maio de 2010

La real Frida Kahlo

A Idade e a Mudança - texto de Lia Luft

Mês passado participei de um evento sobre a Mulher.
Era um bate-papo com uma platéia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades.
E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.
Foi um momento inesquecível...
A platéia inteira fez um 'oooohh' de descrédito.
Aí fiquei pensando: 'pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?'
Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'.

Estão todos em busca da reversão do tempo.
Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.
Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada.
A fonte da juventude chama-se "mudança".
De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora.

A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas.
Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos.
Mudança, o que vem a ser tal coisa?
Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho.
Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.

Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos.
Rejuvenesceu.
Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol.
Rejuvenesceu.

Toda mudança cobra um alto preço emocional.
Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza.
Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.

Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.
Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho.
Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.
Olhe-se no espelho...

Lya Luft

Tomei emprestado o belo artigo de Lya Luft para ilustrar esse sentimento de mudança que o climatério provoca em minha vida.
Um abraço!

Fogo, foguinho e... fogacho!



Sempre achei que era um exagero, quando ouvia as mulheres se queixando dos calores da menopausa. Minha mãe tinha um amiga que andava com um leque e, de repente, sacava da bolsa aquele pequeno instrumento que parecia operar um verdadeiro milagre. Estou falando daquele calor que toma de assalto as mulheres que estão no climatério e que também é conhecido como fogacho.

Existem vários sintomas associados à menopausa, principalmente devido às alterações no nível do estrógeno. Felizmente a maioria das mulheres não sofre de todos os sintomas. Ainda bem.

São alguns sintomas relatados: Ansiedade, alterações na pele e cabelo, depressão, dificuldade para dormir, ressecamento na vagina, fogachos e suores noturnos, menstruações irregulares, dores articulares e musculares, falta de desejo sexual, entre outros.

Comigo tem sido assim: a minha homeopata recomendou alimentos para tonificar a energia vital e para aliviar os sintomas da menopausa. Que como vimos acima, são muito mais que o calorão.

Os alimentos são: bardana, castanhas, nozes, gergelim, germe de trigo, queijo fresco, morango, laranja, lima-da-pérsia, uva, pêra, suco de abacaxi com hortelã, salmão, atum fresco, sardinha, trigo integral, arroz integral, arroz selvagem, milho, aveia, centeio, tofu, missô, azeite extra-virgem,semente de girassol, semente de abóbora, iogurte, coalhada, inhame, cenoura, batata-baroa.

Fora isso, como diariamente sementes de linhaça, que bato no liquidificador com alguma fruta e tomo no meu café da manhã. Também tomo pílulas de soja.

E caminho. Faço longas caminhadas.

Se você me perguntar se tudo isso resolve eu direi, em parte.
Ainda me acordo no meio da noite com a sensação de aperto no peito.
De vez em quando vem o calorão insuportável e às vezes aparece uma tristeza que vem não-sei-de-onde... Certamente de lugar nenhum.

Mas o melhor de tudo é que tenho procurado viver da melhor forma esse momento da minha vida que como todos os outros são passageiros.

Escrever o blog é compartilhar essa experiência, mesmo sabendo que isso expõe as minhas dores e feridas. Um abraço!

domingo, 23 de maio de 2010

Cuidar da alimentação, praticar exercícios físicos e olho nas taxas...

Nessa fase da vida a facilidade para ganhar peso é enorme, mas perder peso é a maior dificuldade. Comer um chocolate é quase um sacrilégio. A sensação de culpa me persegue o dia inteiro. Parece exagero. Mas é nessa fase que as gorduras se acumulam e a possibilidade de entupimento das artérias coronárias (aterosclerose) é muito grande. É a aterosclerose que provoca um estreitamento nas artérias, devido ao depósito de gorduras como o colesterol.

A barriga, gordura que se acumula na região do abdômen prejudica a saúde, causa doenças que podem afetar o coração, como hipertensão, aterosclerose e diabetes. Foi o que disse o meu cardiologista, dia desses.

Aí, minha cara, não tem pra onde fugir. É fundamental cuidar da alimentação. Prestar bem atenção no que colocamos pra dentro. Claro que isso é legal em qualquer fase da vida, mas no climatério é um sinal amarelo o tempo todo.
Embutidos? Melhor evitar. Gordura trans? Nem pensar.

Por isso, é preciso evitar açúcar, gordura e vida sendentária. Mexer o corpo. Caminhar, dançar, nadar. São boas pedidas. Mas podemos usar a criatividade e aumentar essa lista.

Mas tudo isso, só tem sentido se for com prazer.
Se tiver sendo bom. Não pode ser só sacrifício.

Afinal de contas, essa é uma fase da vida que eu quero viver da melhor forma. Curtindo a minha neta. Reservando um espaço para o amor. Para o lazer. Para as minhas paixões.
A maturidade nos ensina que viver é bom demais. Bom domingo!

sábado, 22 de maio de 2010

Modigliani

Nú feminino, obra de Modigliani
     Nu Feminino - 1917

Amedeo Modigliani foi um artista plástico de origem italiana que viveu no começo do século XX. Nasceu no dia 12 de julho de 1884 na cidade de Livorno na Itália. O estilo criado por Modigliani é facilmente reconhecido: figuras femininas, delgadas e de olhos vazios.

img.jpg
Grand Nu Allonge - Retrato de Celine Howard

O filme biográfico Modigliani - Paixão pela vida mostra a vida intensa e criativa do artista plástico Amedeo Modigliani (2004, EUA. Direção Mick Davis), interpretado por Andy Garcia. 
Modigliani viveu a maior parte de sua vida na França, em Paris no início do século XX. O filme mostra o último de sua vida, permeado pelas lembranças e pelos fantasmas de sua infância e vida marcada pela pobreza. Angustiado, irônico e apaixonado pela vida. Vale a pena ver o filme. 

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Reposição hormonal - Fazer ou não fazer: eis a questão

A reposição hormonal talvez seja um dos temas mais polêmicos em relação ao climatério e à menopausa.
Especialistas insistem em amenizar os sintomas físicos ou psicológicos desse período da vida de uma mulher, com intervenção medicamentosa.
A principal opção oferecida ainda é a terapia de reposição hormonal. Controversa. Experimental. Com muitos questionamentos. Críticas. Dúvidas.
Mesmo assim, é importante iniciarmos uma conversa que envolva esse tema - a Terapia Hormonal.

A Terapia Hormonal (TH) é o tratamento indicado por muitos e muitas profissionais para amenizar os sintomas da menopausa. Consiste na reposição do hormônio estrógeno que os ovários deixaram de fabricar. De acordo com especialistas, a sua ausência é responsável por todos os sintomas e consequências da menopausa.

Penso que o melhor nessas horas de dúvida e angústia é conversar com a médica ou o médico da gente. Aquele profissional - mulher ou homem - que a gente deposita a total confiança. Fazer as perguntas, tirar as dúvidas, sem medo de se expor, de falar sobre as inquietações desse momento.

E, claro, com a certeza que esse é só mais um episódio de nossas vidas. Muitos capítulos virão!

Simone de Beauvoir em 1949 disse: "Ninguém nasce mulher. Torna-se mulher."
Com essa frase revolucionou toda uma época, várias gerações e segue completamente atual.

O livro "O Segundo Sexo", volume I e II, publicado em 1949 chega ao Brasil em 1960.
Como mostra o vídeo da Globo News (abaixo), o pensamento de Simone traz uma grande reflexão sobre as diferenças biológicas e os ensinamentos perversos em torno do 'ser mulher'.


A partir dos acontecimentos de maio de 1968 na França, com repercussões no mundo inteiro, passeatas feministas se realizam em vários países: Itália, Estados Unidos, Alemanha e Canadá, com reivindicações no plano sexual, da liberdade, dos direitos e contra a opressão do sexo masculino.

Simone de Beauvoir tinha então, sessenta anos, quando começou a participar como ativista dos movimentos feministas. Pode-se dizer, em pleno climatério.

Como se pode ver, "esse tal climatério" também nos mostra que estamos vivas e ainda podemos fazer muito para mudar o mundo.

Viva Simone de Beauvoir!

[Arquivo N] Simone de Beauvoir [Parte 3 de 3]

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Biologia não é destino

Simone de Beauvoir (Foto: Google)

Simone de Beauvoir uma feminista que nasceu na França, no dia 09 de janeiro de 1908, esteve sempre à frente de seu tempo. E também do nosso. Escreveu coisas fantásticas como: "A maternidade é uma escolha e não a única forma da mulher se realizar."

Já falava em 1949 sobre a necessidade de transformação da condição feminina. Disse, numa época inimaginável que 'biologia não é destino' e que 'ninguém nasce mulher, torna-se mulher'.

Pois é. Simone publicou o Segundo Sexo aos 41 anos de idade. Vejamos. O climatério pode se estender dos 38 aos 65 anos dependendo da mulher. 

É exatamente quando começa esse período de mudanças, de crise e de transformação que Simone explode em sua criação, publicizando a sua produção feminista e grande contribuição às mulheres.

No blog vou postar a partir de hoje, três vídeos do especial da Globo News sobre Simone de Beauvoir, exibidos em 2009.
Vale a pena assistir. Beijos!

[Arquivo N] Simone de Beauvoir [Parte 1 de 3]

sábado, 15 de maio de 2010

Sexo, suor e climatério...

O climatério inclui a menopausa que é na verdade, o final dessa temporada. É o fim, o fim mesmo da menstruação. É quando se comemora o primeiro aniversário, mas na nossa sociedade quase ninguém fala que está no climatério.
Popularmente, fala-se 'estou na menopausa'.

Muitos são os mitos que envolvem essa fase da vida de uma mulher e, me pergunto, até que ponto podemos fazer essa diferença entre o que é mito e realidade?
Há controvérsias, questões inconclusas, estudos sendo feitos... enquanto isso, vamos trocando ideias e esperiências.

De tudo o que tenho lido e conversado com a minha ginecologista, as minhas amigas, outras feministas, o que mais me chama a atenção são os sintomas e os mitos ligados à sexualidade. As ondas de calor, a falta de desejo sexual - a libido que some! - o ressecamento vaginal, a ausência de orgasmo. Enfim, as alterações hormonais que provocam mudanças nos órgãos sexuais. Parece que se estabelece aí um vácuo sexual. Será mesmo?

A falta de hormônios femininos a longo prazo deve mesmo levar a várias alterações no corpo das mulheres. A osteoporose também aparece com mais frequência nesse período.

A diminuição do tamanho das mamas e perda de sua firmeza parece uma regra. Ou pelo menos, aparece mesmo com muita frequência. A perda de elasticidade da pele, principalmente da face e do pescoço são queixas muito recorrentes. E visíveis.

Aumentam as gorduras que circulam no sangue e que se depositam na parede das artérias, o que aumenta o risco de doenças cardiovasculares como hipertensão e infartos.

Mas o que eu achei mais legal foi saber que tudo isso pode também estar associado a outros fatores. Às vezes a relação conjugal está ruim mesmo e o casamento anda meio caído, como ter tesão nessas horas? Como ter vontade de transar ou ter orgasmo?
Crises financeiras, falta de grana ou mesmo a perda do emprego pode levar uma pessoa a longos períodos de inapetência sexual.

Por isso, antes de se culpar ou atribuir qualquer insucesso sexual ao climatério, melhor ir com calma, melhor observar bem e, claro, conversar com uma especialista para entender o que realmente se passa com o seu organismo.

E você, o que tem a nos dizer sobre isso?

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Olá, mulheres.

Hoje li todos os comentários que foram postados nesses recém-criados dias do blog Esse tal de climatério. São palavras que me passam muita confiança, que me parabenizam pela ideia e iniciativa e, ao mesmo tempo já vão fazendo sugestões. O que é ótimo e vou tentando atender na medida do possível. Por exemplo, já incluí uma breve - brevíssima - discussão sobre sintomas. Mas descrevi apenas alguns dos sintomas que me acometeram desde 2007, os primeiros que percebi, como o fogacho, aquele calorão que me tomava (e ainda acontece!) de repente e a tristeza inexplicável. Mas foram apenas comentários que fiz. Hoje li uma matéria intitulada "Climatério: Uma transformação feminina" que quero repercutir aqui e ouvir a opinião de feministas que atuam na área e que possam opinar sobre isso. Estou falando de reposição hormonal, de alimentação alternativa, exercícios e dicas de como viver melhor a menopausa nossa de cada dia.
Nem céu, nem inferno. Quero que possamos em breve discutir se existem meios (quais) e formas de lidar com o climatério de uma forma que não nos faça sofrer, que nos oprima, que nos recrime e nos frustre tanto.
Isso não tem de ser assim, contrariando a canção de Chico Cesar.
Um abraço, queridas.

domingo, 9 de maio de 2010

Feliz Dias das Mães!

Hoje é Dia das Mães, no Brasil. Como estamos falando em climatério e menopausa, provavelmente muitas das mães que aqui conosco dialogam, são a essa altura, também avós. Assim como eu.

Bem, só um pouquinho ainda, em relação à canção de Chico Cesar, agora pensando o climatério e a menopausa. O que não ouso dizer o nome, o que doi quando some, que não sossega e que me desprega de mim.

Era maio do ano de 2007 quando voltei a morar em Recife, depois de quatro anos vivendo em Brasília. O clima das duas cidades são completamente diferentes. Como todo mundo sabe, Brasília é quente e seco. Recife é quente e úmido. E o que isso tem a ver com climatério e menopausa?

As tardes, em Recife me pareciam naquele momento um suplício. Era um calor que me tomava e me deixava completamente molhada, dos pés à cabeça. Era uma agonia. Uma aflição. Eu largava o computador, me jogava no chuveiro frio e só então voltava. Achava que estava "estranhando" o clima. Aí, de repente me dava um calafrio que eu pensava que estava doente. Palpitações. O coração acelerava do nada. Só podia ser uma virose. Além de tudo isso, uma tristeza que não sei de onde vinha e nem porquê!
Não ousava dizer o nome (para mim mesma), mas ali começava o meu climatério.

Procurei ajuda, fui conversar com a minha médica. Descobri então que o climatério é uma fase de transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da vida de uma mulher e que pode se estender aos 65 anos. A menopausa é um marco desta fase, correspondendo ao último período menstrual e só reconhecida passados 12 meses da sua ocorrência. Naquele ano menstruei cinco vezes.

Isso que não sossega que me desprega de mim. Isso tem de ser assim...
Isso que carrego pelas ruas
Isso que me faz contar as luas
Isso que ofusca o sol
Isso que é você e sou sem fim.

A menopausa acontece quando os ovários cessam a produção de estrógenos e a capacidade reprodutiva diminui. Nesse processo, o organismo naturalmente adapta-se aos níveis variáveis dos hormônios e, por isso, acontecem os sintomas circulatórios como ondas de calor e palpitações, sintomas psicológicos, como depressão, ansiedade, irritabilidade e variações de humor e, também os sintomas de atrofia, como secura vaginal e urgência na urinação, o que pode ocorrer em graus variados.

Além desses sintomas, a mulher também pode apresentar ciclos menstruais cada vez mais espaçados, escassos e irregulares.

Segundo a minha médica, a menopausa é um estágio natural da vida, não é uma doença ou disfunção, e desta maneira não necessita automaticamente de nenhum tipo de tratamento. Muitas mulheres passam por ela sem maiores queixas e sem medicamentos. No entanto, quando os efeitos corporais são severos e prejudiciais, pode-se aliviá-los com tratamento medicamentoso.

O início mais frequente da menopausa se dá por volta dos 50 anos, mas algumas mulheres podem entrar na menopausa em idade inferior, especialmente se elas sofreram algum tipo de câncer ou alguma doença grave em que foi submetida à quimioterapia.

O fato de ter tido câncer na tireoide e de tê-la removido desde 1998 pode ter apressado em mim, os sintomas que descrevi acima, como a tristeza inexplicável, as palpitações e os calores, também conhecidos como "fogacho", que quer dizer, chama súbita, labareda. Ofusca o sol, como diria a canção...

A menopausa prematura (ou falência prematura dos ovários) é aquela que ocorre em idade inferior a 40 anos, e tem sua incidência em cerca de 1 por cento das mulheres. Outras causas de menopausa prematura incluem doença auto-imune, doenças na tireóide e diabetes.

Bem, por enquanto é isso. Um abraço.

sábado, 8 de maio de 2010

Isso...

Isso (Chico Cesar)
Isso que não ouso dizer o nome
Isso que doi quando você some
Isso que brilha quando você chega
Isso que não sossega que me desprega de mim
Uuuu... iê.
Isso tem de ser assim..
Isso que carrego pelas ruas
Isso que me faz contar as luas
Isso que ofusca o sol
Isso que é você e sou sem fim
Uuuuu.... iê.

Bem, essa é a letra da música Isso, de Chico Cesar, mas pode representar muito bem a nossa aflição com a menstruação e, (pasme!) com o climatério! Sim, porque são temas interligados e, apesar deste blog ter sido criado para conversar sobre climatério e menopausa, a menstruação é o período que antecede a menopausa.

Meu Deus! Talvez isso apareça como uma aberração, pois a menstruação é o período fértil, a vida reprodutiva, que é valorizada, encantada e decantada em nossa sociedade! Gerar. Parir. Criar.

E aí, ca estou a falar do climatério como uma (simples) transição entre a menstruação e a menopausa! O climatério é, em linguagem simplificada, o período de transição até chegar ao fim da menstruação. Enquanto menstruarmos, por mais irregularidades - que é o meu caso - estamos no climatério.

Bem voltemos à letra da música de Chico.
Vamos por parte, então. Menstruação:

Não ouso dizer o nome. Porque sangue e menstruação ainda são tabus em nossa sociedade. É sujo, é feio, incomoda. Não é exatamente o assunto que queremos conversar, discutir numa mesa de bar. O máximo é comentar, cochichando, muito discretamente com a amiga do lado, sobre uma cólica, a solicitação de algum analgésico, o sangramento abundante, a chegada inesperada, o tímido pedido de algum absorvente para a emergência ali posta. Tudo na maior discrição. Ninguém na mesa precisa saber do que se trata.

A publicidade se encarrega de mostrar branco, branco e muitos brancos para vender absorvente. Higiene. Limpeza. O pavor que circunda à menor possibilidade de 'mancha vermelha' - não, não é nenhuma dessas tantas torcidas de time de futebol! - é tão violento na vida das mulheres que recentemente vi mostrada em um comercial (de absorvente) a caricatura de como patrulhamos a nós mesmas nas noites em que estamos menstruadas, para não deixar vazar no lençol, no colchão nenhuma mancha de sangue! Seria cômico se não fosse trágico, pois isso significa anos de sono mal dormidos e uma auto-repressão enorme em relação aos nossos fluidos.

Isso que doi quando você some... segue a canção.
É uma relação de amor e ódio que se estende pelo resto da vida. Sofremos, choramos, esperamos. Convivemos melhor (ou pior) com ela - a menstruação - conforme alguns valores, na minha opinião, vão sendo incorporados em nossas vidas. E, nesse sentido, como digo na página de boas-vindas, o feminismo foi e é para mim, fundamental.

Quando você some, menstruação querida, é o desespero! Porque significa possibilidade de gravidez ou... problemas! Nessa sociedade machista, androcêntrica, onde os homens na maioria das vezes não compartilham da contracepção, engravidar pode ser um suplício e não uma escolha. Claro! Por isso, o eterno dilema, estar ou não estar... menstruada!

Isso tem de ser assim, segue dizendo a canção. É como se fosse um Karma, um destino que temos a cumprir. Dores, sofrimento, tensão, espera. Solidão. Não tem como fugir desse destino. Mas, nós feministas estamos sempre nos rebelando e aí vieram as tantas oficinas sobre auto-exame, colo do útero, prazeres, distensões e novos significados da menstruação.

Isso que carrego pelas ruas, isso que me faz contar as luas. É o ciclo menstrual! O mênstruo que "carregamos" pelas ruas, escondendo de tudo e de tod@s para que ninguém, NINGUÉM! saiba que estamos menstruadas (lembram dos comerciais? Esconda o máximo que puderes!).
Dizem que nos idos anos antigos, as mulheres contavam as luas para planejar os seus ciclos. Cheia. Minguante. Crescente. Nova.

Isso que ofusca o sol...
Praia. Biquini. Tampão. Cuidados, outra vez!! Nada de vazar um milímetro e se acontece é hora de voltar para casa, com a canga escondendo tudo, tudinho!

E o climatério? Onde entra nessa música! Juro que mais tarde com essa mesma letra mostro como ela se aplica toda, todinha ao climatério e à menopausa. Bom sábado!!!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Boas vindas


Olá a todas e todos!
Durante muito tempo ouvi das mulheres que a menstruação é um problema antes, durante e depois.

Antes, porque a TPM enlouquece as mulheres, provoca uma oscilação de humor que as deixa malucas, que as torna violentas, mal-humoradas e chorosas.

Durante, porque no período da menstruação, as mulheres dormem mal, sentindo cólica e com medo que o sangue suje lençol e colchão. Ir à praia é um problema, usar roupa branca é um problema. Sempre o velho medo do "vazamento".

Depois, porque, em seguida, vem a ovulação e o medo de engravidar.

Como feminista, passei a ver o ciclo menstrual de uma forma completamente diferente.
A menstruação adquiriu na minha vida um significado simbólico extremamente importante, da minha condição de mulher, de fêmea e de ser humano. Aprendi que tratar o mênstruo como sujeira ou doença, era uma forma de subjugar as mulheres e reprimr a sexualidade feminina. Mais do que uma simples quebra de tabus em relação à regra, à menstruação, o feminismo me fez ver e despertar a minha condição de sujeito político.
E assim tem sido.

Agora, eis que chega o climatério, que na própria origem (grega) da palavra já diz a que veio: crise ou mudança. Como muitos dizem é mais um período na vida das mulheres ou seja, nas nossas vidas.
Mas o fato é que 'esse mais um período em nossas vidas', é carregado de mudanças, temores, insegurança e tabus. Sem falar no preconceito que permeia toda a questão do climatério e da menopausa.

Por tudo isso, resolvi tornar pública a discussão. Sem medo de me expor, sem preconceito para dialogar com outras mulheres, para trocar experiências, mas principalmente para fazer desse momento mais uma oportunidade de dialogar com o feminismo. É o meu, o seu e o nosso climatério.