Há muitos anos vi um filme chamado Morangos Silvestres, de Ingmar Bergman. O filme é de 1957 - um ano antes do meu nascimento - e eu só fui assisti-lo nos anos oitenta, no Cinema do Parque (Recife) se não me falha a memória. No Parque tinha um sessão especial de filme de arte. Eu sempre ia com um grupo de amigos e amigas ou com o namorado. De lá, a diversão continuava, pois íamos todos a um bar e a conversa seguia em debate sobre o filme, entre cervejas e petiscos. Era muito bom.
Victor Sjöstrom (Foto:Google) |
O professor desiste de fazer a viagem de avião depois de um pesadelo em que ele se vê num lugar desconhecido, cujos relógios não tem ponteiros e onde uma carruagem carrega um caixão com ele mesmo morto. Veja a sequência do sonho.
A viagem com a nora é permeada por momentos difíceis, onde ela comenta que o acha um velho egoísta e aproveita para contar que o filho o odeia.
Em certo momento ele faz uma parada para mostrar a Marianne a casa onde sua família passava as férias e ela aproveita para tomar um banho no lago próximo à casa.
Bibi Anderson (Imagem: Google) |
Isak aguarda junto aos pés de morangos silvestres, recordando o passado. Ele vai lembrando dos principais momentos de sua vida, pensando e, ao mesmo tempo, temendo a morte que se aproxima.
É mesmo um filme belíssimo e Bergman mostra como é difícil
reviver o passado, como é duro envelhecer e como a vida passa
muito rápido.
Isak volta ao passado, mas como ele é nos dias atuais. E não é assim que acontece com a gente? Recordar o passado, se transportar para os momentos longínquos da vida, mas nessa volta ao tempo somos o
que somos. Ele lembra de sua prima Sara (Bibi Anderson) por quem um dia foi apaixonado e que foi o grande amor de sua vida. E na sequência uma série de lembranças de um passado que não volta mais.
É um dos mais belos filmes sobre a velhice, a memória e as recordações. Vale a pena assistir.
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