domingo, 30 de outubro de 2011

A velhice, o passado e as recordações

Há muitos anos vi um filme chamado Morangos Silvestres, de Ingmar Bergman. O filme é de 1957 - um ano antes do meu nascimento - e eu só fui assisti-lo nos anos oitenta, no Cinema do Parque (Recife) se não me falha a memória. No Parque tinha um sessão especial de filme de arte. Eu sempre ia com um grupo de amigos e amigas ou com o namorado. De lá, a diversão continuava, pois íamos todos a um bar e a conversa seguia em debate sobre o filme, entre cervejas e petiscos. Era muito bom.


Victor Sjöstrom (Foto:Google)
No filme Morangos Silvestres, o professor Isak Borg (Victor Sjöström) vai de carro com sua nora Marianne Borg (Ingrid Thulin) de Estocolmo a Lund para receber um prêmio da Universidade de Lund, em reconhecimento pelos seus 50 anos de carreira.
O professor desiste de fazer a viagem de avião depois de um pesadelo em que ele se vê num lugar desconhecido, cujos relógios não tem ponteiros e onde uma carruagem carrega um caixão com ele mesmo morto. Veja a sequência do sonho.
   
   

A viagem com a nora é permeada por momentos difíceis, onde ela comenta que o acha um velho egoísta e aproveita para contar que o filho o odeia.
Em certo momento ele faz uma parada para mostrar a Marianne a casa onde sua família passava as férias e ela aproveita para tomar um banho no lago próximo à casa.

Bibi Anderson (Imagem: Google)
Isak aguarda junto aos pés de morangos silvestres, recordando o passado. Ele vai lembrando dos principais momentos de sua vida, pensando e, ao mesmo tempo, temendo a morte que se aproxima. 
É mesmo um filme belíssimo e Bergman mostra como é difícil 
reviver o passado, como é duro envelhecer e como a vida passa
muito rápido.
Isak volta ao passado, mas como ele é nos dias atuais. E não é assim que acontece com a gente? Recordar o passado, se transportar para os momentos longínquos da vida, mas nessa volta ao tempo somos o 
que somos. Ele lembra de sua prima Sara (Bibi Anderson) por quem um dia foi apaixonado e que foi o grande amor de sua vida. E na sequência uma série de lembranças de um passado que não volta mais.



É um dos mais belos filmes sobre a velhice, a memória e as recordações. Vale a pena assistir. 

Leia mais:

terça-feira, 18 de outubro de 2011

"Lo que me queda por vivir, será en sonrisas". Omara Portuondo

Omara Portuondo (Foto:Google)



Omara Portuondo é uma cantora e dançarina cubana que só começou a fazer sucesso e ser reconhecida internacionalmente quando já se aproximava dos seus 70 anos. Isso aconteceu nos anos noventa, ocasião em que foi lançado o documentário Buena Vista Social Club, do diretor alemão Win Wenders. Ela era a única mulher a integrar o grupo. O filme mostra como foi a trajetória de (re) descoberta de músicos cubanos pelo produtor musical Ry Cooder, entre eles, Ibrahim Ferrer, Compay Segundo, Omara Portuondo, Eliades Ochoa, Faustino Oramas e Rubén Gonzáles.

Imagem: Google
É um belíssimo filme que vi pela primeira vez no cinema, depois comprei o dvd e já revi várias vezes. E não me canso de assistir.
No documentário cada um dos músicos e a única mulher - Omara Portuondo - contam a sua história.
O filme mostra como Ry Cooder chega à Havana, em 1996 para reunir esses músicos e gravar o álbum Buena Vista Social Club, cujo título é uma referência a uma antiga casa de shows cubana que havia deixado de existir pelos anos 50.
Além disso, o filme retrata como a vida desses artistas deu uma guinada a partir do sucesso com o disco Buena Vista Social Club, premiado com um Grammy.





Não tenho nenhuma pretensão de fazer uma retrospectiva da vida desta senhora que do alto dos seus 81 continua bela, elegante e brilhante. Apenas registrar a minha admiração.
Li a entrevista que Omara Portuondo deu à revista Marie Claire  e fiquei maravilhada de confirmar que não existe idade para ser feliz, realizar sonhos e encontrar novos caminhos.

Destaco aqui um dos trechos da entrevista que me deixou prazerosamente perplexa:

"Bem, eu sei que quando eu nasci, não sabia de nada (risos). Tudo tem de ser assim: crescemos, chegamos à idade adulta, envelhecemos e há de chegar a hora e não há o que fazer. É por isso que devemos dar tempo ao tempo e seguir trabalhando. Quando tenho vontade de dançar, eu danço, quando tenho tempo para nadar, nado, tomo um pouco de sol e faço exercícios também. Isso tudo me dá muita vida. A natureza me dá muitas coisas a troco de nada. Também faço check-ups com frequência, fisioterapia para os meus joelhos e, quando tenho tempo, faço massagens. Tudo para ter as melhores condições para seguir trabalhando. O coração, no entanto, está intacto (risos). O que precisamos é de amor. Com ele, tudo é possível."

E viva Omara!




Leia mais:
http://www.infoescola.com/biografias/omara-portuondo/
El humilde fotero del pánico
Wikipédia
yo nací para la música

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Tomar remédio só com prescrição médica. Em qualquer idade.

Foto: google

Hoje li uma matéria na BBC Brasil sobre um estudo que foi realizado por pesquisadores da Finlândia com mulheres na faixa etária de 50 e 60 anos. Segundo a pesquisa, o consumo de suplementos alimentares com vitaminas e outros, pode aumentar o risco de mortalidade. 

Bom, claro que tem uma série de fatores que precisam ser levados em consideração, como o estado geral da população, mas o estudo sugere que devemos usar um medicamento apenas com recomendação médica. O que deveria ser regra em qualquer idade, não? 

Segundo a pesquisa, suplementos de vitaminas, ácido fólico, vitamina B6, magnésio, zinco, cobre e ferro parecem estar ligados ao risco de aumento da mortalidade.

A matéria diz que "Os cientistas da Universidade do Leste da Finlândia afirmam que o estudo contou com 38 mil mulheres americanas, todas geralmente sem problemas de nutrição e nas faixas etárias de 50 e 60 anos". As participantes relataram quais as vitaminas e minerais tomaram nas duas décadas anteriores. 

Segundo a reportagem, "Os pesquisadores finlandeses afirmam que outros fatores envolvidos podem ter influenciado sua descoberta, como o estado geral de saúde das participantes da pesquisa." 

Diz, ainda, que "os cientistas afirmam que suas descobertas sugerem que estes suplementos devem ser usados apenas se houver um motivo médico".

Por fim, a matéria diz que "Com base nas provas existentes, vemos pouca justificativa para o uso generalizado de suplementos de dieta", é o que diz Jaaku Mursu, da Universidade do Leste da Finlândia.

A reportagem termina dizendo que o estudo foi publicado na revista especializada Archives of Internal Medicine.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ao invés de menopausa, era o pequeno James!

Uma mulher britânica de 44 anos foi surpreendida ao dar a luz no meio da rua após se sentir mal. Sem saber que estava grávida, a mulher acreditava estar na menopausa. Li a noticia na BBC Brasil  e fiquei pensando que essa mulher ficou no mínimo 9 meses sem procurar um médico, mesmo com a ausência de menstruação e possíveis sintomas de uma gestação. Segundo a matéria da BBC Brasil, "Jane Eadie afirmou ter ficado abismada ao dar à luz ao seu terceiro filho - um menino batizado de James - em uma rua da cidade de Belper, no centro da Grã-Bretanha, no dia 24 de setembro".  

BBC Brasil

A mulher disse que acreditava que estava aumentando de peso porque parou de tomar um medicamento e que não considerava a hipótese de estar grávida porque pensava estar na menopausa. Ela estava na rua, fazendo compras, quando começou a passar mal. Atribuiu as dores que sentia ao que havia comido na noite anterior, mas na verdade, Jane Eadie, estava em pleno trabalho de parto.

É possível que uma mulher entre na menopausa aos 44 anos. Até antes, se for uma menopausada precoce. Vamos lembrar que uma mulher entra na menopausa quando fica um ano inteiro sem menstruar. Se acontecer de menstruar pelo menos uma vez, ela está no climatério e não na menopausa. E se ainda menstrua e tem vida sexual ativa com homem, pode engravidar. 
É a segunda notícia sobre gravidez e menopausa que posto aqui no blog. Portanto, para não ter surpresa, se não quiser engravidar, use camisinha. E os homens, se não querem mais filhos e não são vasectomizados, mesmo que suas parceiras - namoradas, cônjuges, ficantes - estejam  no climatério, usem camisinha.
De qualquer forma, uma visita anual ao médico, qualquer que seja o período da vida, é sempre bem-vinda. Fazer uma revisão anual, ver o estado geral da saúde, são boas recomendações em qualquer idade. No climatério, é necessário. Já sabemos que essa fase da vida, na maioria das vezes provoca algumas mudanças significativas em nossos corpos. Vale a pena consultar o seu médico - ou médica.